sexta-feira, 10 de abril de 2015

Efeitos espirituais do sacramento da confissão





O sacramento da confissão nos devolve a beleza da ressurreição

Uma vez absolvidos de nossos pecados e reconciliados com Deus, retomamos o nosso caminhar sob a plena graça do Senhor. O sacramento da confissão é a festa do perdão e da misericórdia. Confessados e perdoados nossos pecados, nossa alma é revestida de inúmeros efeitos espirituais, dentre os quais destacamos:

1. Reconciliação com Deus: O amor do Pai nunca nos abandona. Ele é sempre presente em nossa vida. No entanto, o pecado nos afasta do Senhor, embora Ele sempre permaneça conosco, mesmo que estejamos em situações graves de pecado. Deus não pode se afastar da obra do Seu amor. Mas nós, em meio ao pecado, vamos progressivamente nos afastando d’Ele e rompemos nossa aliança, embora Ele permaneça fiel. Uma vez perdoados, restabelecemos a nossa reconciliação com Deus e voltamos ao nosso primeiro amor, abrasados de paz para iniciarmos um novo tempo nos caminhos da vida. O Senhor nos espera de braços abertos, e nós, plenos da graça do perdão, corremos ao seu encontro. Voltamos à origem do nosso amor, mergulhamos na fonte da misericórdia pela qual fomos lavados das antigas culpas.

2. Reconciliação com a Igreja: Nosso pecado fere nossa relação com a Igreja. No pecado, deixamos de testemunhar o amor de Jesus pelos irmãos, ferimos o Corpo de Cristo e nos ferimos. Se um membro está doente, todos os demais também sofrem. Na dor que o pecado causa, todos sentem os efeitos colaterais da enfermidade, mas o perdão de Deus nos devolve ao seio da comunidade cristã. Lavados no misericordioso Sangue do Cordeiro, tivemos a nossa alma alvejada por Seu amor. Plenificados de Sua graça, somos agora uma célula curada pela ternura da misericórdia divina. O corpo místico de Cristo, antes ferido pelo pecado de nossas culpas, caminha agora com novo vigor. Restabelecemos a unidade antes quebrada e, juntos, continuemos a missão que nos foi confiada.

3. Reconciliação com nós mesmos: O pecado deixa marcas em nossa alma e abre feridas dolorosas. Caminhamos pela vida sem direção. As trevas ofuscam a beleza do alvorecer, mas o sacramento da confissão nos devolve a beleza da ressurreição. Nossos dias retomam a beleza das manhãs de paz e nossa alma glorifica o Senhor. Dentre as muitas marcas negativas do pecado em nossa vida, uma delas é a descaracterização de nossa imagem original. O pecado, enquanto não confessado, retira de nós as digitais do amor divino, por meio do qual fomos gerados. E uma vez distantes de nossa origem, perdemo-nos de nós mesmos, de Deus e da Igreja. Mas o sacramento da confissão vem em nosso socorro e nos devolve o direito de sermos restaurados à imagem e semelhança de nosso Deus. Reconciliados com nós mesmos, voltamos a sonhar os sonhos de Deus, comprometemo-nos com a missão da Igreja e cumprimos plenamente a nossa vocação de ser sal da terra e luz do mundo.

O sacramento da confissão restaura em cada fiel a vida antes furtada pelo pecado. Não é possível nos reconciliarmos com Deus, com a Igreja e com nós mesmos se antes não procurarmos do mais profundo de nosso coração o perdão de nossos pecados.

A Igreja nos oferece o remédio que devolve a saúde à nossa vida espiritual, e este remédio todos conhecemos: a confissão. Não tenhamos medo de viver na graça sob os efeitos espirituais de uma vida nova que em nós começa com o perdão, a misericórdia e a ternura de Deus.
Padre Flávio Sobreiro

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Novena da misericórdia




Reze a novena da Divina Misericórdia

“Em cada dia da novena, conduzirás ao meu coração um grupo diferente de almas e as mergulharás no oceano da minha Misericórdia. Eu conduzirei todas as almas à casa do meu Pai. Por minha parte, nada negarei a nenhuma daquelas almas que tu conduzirás à fonte da minha Misericórdia. Cada dia pedirás a meu Pai, pela minha amarga Paixão, graças para essas almas.” A Novena é rezada junto com o Terço da Divina Misericórdia.

Primeiro dia

Hoje, traze-me a humanidade inteira, especialmente todos os pecadores, e mergulha-os no oceano da minha Misericórdia. Com isso, vais consolar-me na amarga tristeza em que me afunda a perda das almas.

Misericordiosíssimo Jesus, de quem é próprio ter compaixão de nós e nos perdoar, não olheis os nossos pecados, mas a confiança que depositamos em Vossa infinita bondade. Acolhei-nos na mansão do Vosso compassivo coração e nunca nos deixeis sair dele. Nós Vo-lo pedimos pelo amor que Vos une ao Pai e ao Espírito Santo.

Eterno Pai, olhai com misericórdia para toda humanidade, encerrada no coração compassivo de Jesus, mas especialmente para os pobres pecadores. Pela Sua dolorosa Paixão, mostrai-nos a Vossa Misericórdia, para que glorifiquemos Sua onipotência por toda a eternidade. Amém.

Segundo dia

Hoje, traze-me as almas dos sacerdotes e religiosos e mergulha-as na minha insondável Misericórdia. Elas me deram força para suportar a amarga Paixão. Por elas, como que por canais, corre para a humanidade a minha Misericórdia.

Misericordiosíssimo Jesus, de quem provém tudo que é bom, aumentai em nós a graça, para que pratiquemos dignas obras de misericórdia, a fim de que aqueles que olham para nós glorifiquem o Pai da Misericórdia que está no céu.

Eterno Pai, dirigi o olhar da Vossa Misericórdia para a porção eleita da Vossa vinha: para as almas dos sacerdotes e religiosos. Concedei-lhes o poder da Vossa bênção e, pelos sentimentos do coração de Vosso Filho, no qual estão encerradas, dai-lhes a força da Vossa luz, para que possam guiar os outros nos caminhos da salvação e juntamente com eles cantar a glória da Vossa insondável Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

Terceiro dia

Hoje, traze-me todas as almas piedosas e fiéis e mergulha-as no oceano da minha Misericórdia. Essas almas consolaram-me na Via-Sacra; foram aquela gota de consolações em meio ao mar de amarguras.

Misericordiosíssimo Jesus, que concedeis prodigamente a todas as graças do tesouro da Vossa Misericórdia, acolhei-nos na mansão do Vosso compassivo coração e não nos deixeis sair dele pelos séculos; suplicamo-Vos pelo amor inconcebível de que está inflamado o Vosso coração para com o Pai Celestial.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas fiéis, como a herança do Vosso Filho. Pela Sua dolorosa Paixão, concedei-lhes a Vossa bênção e cercai-as da Vossa incessante proteção, para que não percam o amor e o tesouro da santa fé, mas, com toda a multidão dos anjos e santos, glorifiquem a Vossa imensa misericórdia por toda a eternidade. Amém.

Quarto dia

Hoje, traze-me os pagãos e aqueles que ainda não me conhecem e nos quais pensei na minha amarga Paixão. O seu futuro zelo consolou o meu coração. Mergulha-os no mar da minha Misericórdia.

Misericordiosíssimo Jesus, que sois a luz de todo o mundo, aceitai, na mansão do Vosso compassivo coração, as almas dos pagãos que ainda não Vos conhecem. Que os raios da Vossa graça os iluminem para que também eles, juntamente conosco, glorifiquem as maravilhas da Vossa Misericórdia e não os deixeis sair da mansão do vosso compassivo coração.

Eterno Pai, olhai com misericórdia para as almas dos pagãos e daqueles que ainda não Vos conhecem e que estão encerrados no coração compassivo de Jesus. Atraí-as à luz do Evangelho. Essas almas não sabem que grande felicidade é amar-Vos. Fazei com que também elas glorifiquem a riqueza da Vossa Misericórdia por toda a eternidade. Amém.

Quinto dia

Hoje traze-Me as almas dos Cristãos separados da Unidade da Igreja e mergulha-as no mar da minha Misericórdia. Na minha amarga Paixão dilaceravam o meu Corpo e o meu Coração, isto é, a minha Igreja. Quando voltam à unidade da Igreja, cicatrizam-se as minhas Chagas e dessa maneira eles aliviam a minha Paixão.

Misericordiosíssimo Jesus que sois a própria Bondade, Vós não negais a luz àqueles que Vos pedem, aceitai na mansão do vosso compassivo Coração as almas dos nossos irmãos separados, e atraí-os pela vossa luz à unidade da Igreja e não os deixeis sair da mansão do vosso compassivo Coração, mas fazei com que também eles glorifiquem a riqueza da vossa Misericórdia.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas dos nossos irmãos separados que esbanjaram os vossos bens e abusaram das vossas graças, permanecendo teimosamente nos seus erros. Não olheis para os seus erros, mas para o amor do vosso Filho e para a sua amarga Paixão, que suportou por eles, pois também eles estão encerrados no Coração compassivo de Jesus. Fazei com que também eles glorifiquem a vossa Misericórdia por toda a eternidade. Amém.

Sexto dia

Hoje traze-Me as almas mansas, assim como as almas das criancinhas, e mergulha-as na minha Misericórdia. Estas almas são as mais semelhantes ao meu Coração. Elas reconfortaram-Me na minha amarga Paixão da minha agonia. Eu as vi quais anjos terrestres que futuramente iriam velar junto aos meus altares. Sobre elas derramo torrentes de graças. Só a alma humilde é capaz de aceitar a minha graça; às almas humildes favoreço com a minha confiança.

Misericordiosíssimo Jesus, que dissestes: “Aprendei de Mim que sou manso e humilde de coração”, aceitai na mansão do vosso compassivo Coração as almas mansas e humildes e as almas das criancinhas. Estas almas encantam o Céu todo e são a especial predileção do Pai Celestial, são como um ramalhete diante do trono de Deus, com cujo perfume o próprio Deus se deleita. Estas almas têm a mansão permanente no Coração compassivo de Jesus e cantam sem cessar um hino de amor e misericórdia pelos séculos.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas mansas e humildes e para as almas das criancinhas, que estão encerradas na mansão compassiva do Coração de Jesus. Estas almas são as mais semelhantes a vosso Filho; o perfume destas almas eleva-se da Terra e alcança o vosso trono. Pai de Misericórdia e de toda bondade, suplico-Vos pelo amor e predileção que tendes para com estas almas, abençoai o mundo todo, para que todas as almas cantem juntamente a glória à vossa Misericórdia, por toda a eternidade. Amém.

Sétimo dia

Hoje traze-Me as almas que veneram e glorificam de maneira especial a minha Misericórdia e mergulha-as na minha Misericórdia. Estas almas foram as que mais sofreram por causa da minha Paixão e penetraram mais profundamente no meu espírito. Elas são a imagem viva do meu Coração compassivo. Estas almas brilharão com especial fulgor na vida futura. Nenhuma delas irá ao fogo do Inferno; defenderei cada uma delas de maneira especial na hora da morte.

Misericordiosíssimo Jesus, cujo Coração é o próprio amor, aceitai na mansão do vosso compassivo Coração as almas que honram a glorificam de maneira especial a grandeza da vossa Misericórdia. Estas almas tornadas poderosas pela força do próprio Deus, avançam entre penas e adversidades, confiando na vossa Misericórdia. Estas almas estão unidas com Jesus e carregam sobre os seus ombros a humanidade toda. Elas não serão julgadas severamente, mas a vossa Misericórdia as envolverá no momento da morte.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas que glorificam e honram o vosso maior atributo, isto é, a vossa inescrutável Misericórdia; elas estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Estas almas são o Evangelho vivo e as suas mãos estão cheias de obras de misericórdia; suas almas repletas de alegria cantam um hino de misericórdia ao Altíssimo. Suplico-Vos, ó Deus, mostrai-lhes a vossa Misericórdia segundo a esperança e confiança que em Vós colocaram. Que se cumpra nelas a promessa de Jesus, que disse: “As almas que veneram a minha insondável Misericórdia, Eu mesmo as defenderei durante a vida, especialmente na hora da morte, como minha glória.” Amém.

Oitavo dia

Hoje traze-Me as almas que se encontram na prisão do Purgatório e mergulha-as no abismo da minha Misericórdia; que as torrentes do meu Sangue refresquem o seu ardor. Todas estas almas são muito amadas por Mim, pagam as dívidas à minha Justiça. Está em teu alcance trazer-lhes alívio. Tira do tesouro da minha Igreja todas as indulgências e oferece-as por elas. Oh, se conhecesses o seu tormento, incessantemente oferecerias por elas a esmolas do espírito e pagarias as suas dívidas à minha Justiça.

Misericordiosíssimo Jesus, que dissestes que quereis misericórdia, eis que estou trazendo à mansão do vosso compassivo Coração as almas do Purgatório, almas que Vos são muito queridas e que no entanto devem dar reparação à vossa Justiça; que as torrentes de Sangue e Água que brotaram do vosso Coração apaguem as chamas do fogo do Purgatório, para que também ali seja glorificado o poder da vossa Misericórdia.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas que sofrem no Purgatório e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Suplico-Vos que, pela dolorosa Paixão de Jesus, vosso Filho, e por toda a amargura de que estava inundada a sua Alma santíssima, mostreis vossa Misericórdia às almas que se encontram sob o olhar da vossa Justiça; não olheis para elas de outra forma senão através das Chagas de Jesus, vosso Filho muito amado, porque nós cremos que a vossa bondade e Misericórdia são incomensuráveis. Amém.

Nono dia

Hoje traze-Me as almas tíbias e mergulha-as no abismo da minha Misericórdia. Estas almas ferem mais dolorosamente o meu Coração. Foi da alma tíbia que a minha Alma sentiu repugnância no Horto. Elas levaram-Me a dizer: Pai afasta de Mim este cálice, se assim for a vossa vontade. Para elas, a última tábua de salvação é recorrer a minha Misericórdia.

Ó compassivo Jesus, que sois a própria Compaixão, trago à mansão do vosso compassivo Coração as almas tíbias; que se aqueçam no fogo do vosso amor puro estas almas geladas, que, semelhantes a cadáveres, Vos enchem de tanta repugnância. Ó Jesus, muito compassivo, usai a onipotência da vossa Misericórdia e atraí-as até ao fogo do vosso amor e concedei-lhes o amor santo, porque Vós tudo podeis.

Eterno Pai, olhai com Misericórdia para as almas tíbias e que estão encerradas no Coração compassivo de Jesus. Pai de Misericórdia, suplico-Vos pela amargura da Paixão do vosso Filho e por sua agonia de três horas na Cruz, permiti que também elas glorifiquem o abismo da vossa Misericórdia… Amém.

Fonte: Canção Nova

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Uma mulher não precisa se fazer de vítima




E o que é a vítima? É aquela pessoa que se sente inferior à realidade

Na realidade, existem dois polos bastante distintos entre eu e aquilo que não sou eu. Entre eu e o mundo que me cerca, entre eu e as circunstâncias, entre eu e as outras pessoas.

E a nossa postura na vida depende de como estabelecemos essa relação entre nós e os outros, entre os membros da nossa família e da sociedade, com as coisas, o trabalho etc. Depende de como estabelecemos essa relação entre nós e a realidade externa. A nossa maneira de sentir e viver depende de como cada um de nós internalizou essas duas partes da realidade.

E uma das maneiras pelas quais aprendemos a nos relacionar com os outros é por meio de uma postura que podemos chamar de vítima, muito comum entre as mulheres.

E o que é a vítima? É aquela pessoa que se sente inferior à realidade. Sente-se esmagada pelo mundo externo, sente-se a coitada, a fraca frente aos acontecimentos.

Vítima é a pessoa que se acostumou a ver a realidade apenas nos seus aspectos negativos.Sempre sabe o que “não pode”, o que “não deve” e o que “não dá certo”. Sempre vê só a sombra da realidade. As vítimas têm uma incrível capacidade diagnóstica para perceber os problemas existentes, porém, uma incrível incapacidade estrutural de procurar o caminho e as soluções dos problemas, por isso os transfere para os outros.http://loja.cancaonova.com/products/28741-livro-diversas-oracoes-de-cura-e-libertacao

Ela transfere para as pessoas, para as circunstâncias, para o mundo exterior seus sofrimentos sem conseguir assumir a responsabilidade do que lhe está acontecendo. Não assume o seu “pedaço” na vida e vive culpabilizando os outros pelo que está ocorrendo na sua vida e por seu modo de encarar a vida.

“Se o mundo não fosse do jeito que é, se tal pessoa não fosse do jeito que é, se o marido não fosse do jeito que é, se a esposa não fosse do jeito que ela é, se o filho não fosse do jeito que ele é, ela estaria completamente bem”, porque ela é a boa; os outros é que têm ineficiências e precisam mudar. Este é um jogo que se chama: “jogo da infelicidade da vítima”. A vítima é uma pessoa que sofre e gosta de fazer os outros sofrerem com o sofrimento dela. É a pessoa que usa as suas dificuldades físicas, afetivas, financeiras, conjugais, profissionais e sexuais –que fazem parte da natureza humana –, não para crescer, mas para chantagear as outras pessoas.

As pessoas que se fazem de vítima estão sempre na postura de defensiva e de justificativa. Para não assumir seus erros, justifica-se, e de justificativa em justificativa paralisa-se, impedindo o seu próprio crescimento. A vítima é incompetente na sua relação com o mundo. Quando colocamos a responsabilidade total dos nossos problemas nas outras pessoas ou circunstâncias, nós tiramos a possibilidade de crescimento que existe em nós mesmos.

Muitas vezes, a vítima toma a postura de querer mudar as outras pessoas para não mudar a si mesma e encarar a sua realidade e o seu sentimento de solidão.

Isso acontece quando não nos percebemos responsáveis pela nossa própria vida em seus altos e baixos, no bem e no ruim, nas alegrias e nas tristezas. Quando defendemos a nossa felicidade a partir da maneira que os os outros agem. É quando condicionamos a nossa felicidade e paz interior ao comportamento e à ação dos outros. Sejam eles nossos amigos, nossos pais, nossos cônjuges, colegas de trabalho, nossa comunidade e outras pessoas com as quais nos relacionamos.

E como essas pessoas não agem de acordo com o nosso padrão, sentimo-nos coitados e sofredores. A melhor maneira de sermos infelizes é acreditar que compete a alguém nos dar felicidade, o que é uma grande mentira. E assim mascaramos nossa vida frente aos problemas. Usamos uma máscara para não assumir e não encarar a realidade difícil quando ela se apresenta.

Toda relação humana é um via de mão dupla; eu e a sociedade, eu e a família, eu e o mundo que me cerca. E o fato de que o mundo me apresenta aspectos negativos não quer dizer que eu seja perfeito e o resto do mundo imperfeito; e o fato de eu possuir uma ineficiência não quer dizer que os outros não a possuam.


O maior mal que fazemos é usar as limitações de outras pessoas do nosso relacionamento para não aceitar a nossa própria parte escura. Assim usamos o sistema como “bode expiatório” à nossa acomodação e sofrimento.

A vítima transformou a sua vida numa grande reclamação. E sua forma de agir e de pensar é sempre de uma forma queixosa. É a maneira mais cômoda para não resolver os problemas. Quando usa seu próprio sentimento para controlar o sentimentos das outras pessoas, coloca-se como dominada, como fraca, para assim dominar o sentimentos das outras pessoas.

O que mais lhe caracteriza é sua falta de vontade de crescer. Sofrendo de uma doença chamada perfeccionismo, que é a inaceitação ou intolerância com a imperfeição humana, ela desiste de seu próprio crescimento, torturando-se como uma imagem perfeccionista do que deveria ser e tortura também os outros pelo como as pessoas deveriam ser.

Há uma tentativa na vítima de enquadrar o mundo e as pessoas no molde que ela própria criou, e toda vez que temos um modelo ideal na cabeça, evitamos entrar em contato com a realidade . A vítima não se relaciona com as pessoas da maneira que elas são, mas da maneira como ela gostaria que os outros fossem. É comum querermos que os outros sejam aquilo que não estamos dando conta de ser; o filho, a mulher, o marido, os amigos, sejam aquilo que eu não sou.

Para sairmos deste padrão de comportamento, precisamos entender que as dificuldades e limitações do mundo externos são apenas desafios ao nosso desenvolvimento. Portanto, se assumirmos o nosso pedaço no mundo e estivermos presentes, tudo vai tomando outro sentido; assim como quanto pior for um doente, mais competente dever ser um médico; quanto pior for o aluno, mais competente dever ser o professor; assim, quanto pior for o sistema e a sociedade que nos cerca, mais competente devemos ser enquanto pessoas que fazem parte dela. Quanto pior for meu filho, mais competente como pai ou como mãe; quanto pior o marido, mais competente deve ser a esposa; quanto pior a esposa, mais competente o marido e assim por diante. Portanto, deixar de ocupar o papel de vítima é parar de delegar ao mundo e às pessoas que nos cercam a causa de nossas atribulações e problemas.

Basta pararmos de olhar para a imperfeição externa e termos a coragem de assumir a nossa limitação humana, é sermos capazes de deixar o orgulho que está escondido sobre a máscara da falsa humildade. É saber aceitar que a morte acontece, que a morte antecede a vida, que a semente morre antes de nascer e que a noite antecede o dia.

Todas as evidências da nossa vida mostram que o erro existe em nós, nos outros e no mundo. Mas o neurótico é aquele que não quer aceitar o óbvio.

Faça uma escolha inteligente por si mesmo e para que suas relações interpessoais sejam mais saudáveis. Pare de distribuir culpas e de esperar que o mundo e as pessoas ao seu redor mudem. Comece mudando a si mesmo, aceitando-se e assumindo sua própria vida. Se não pode mudar as circunstâncias ao seu redor, mude a sua forma de olhar para elas, viva intensamente o momento presente como se fosse o primeiro dia de sua vida e também como se fosse o último, peça a Deus a graça de ter um coração grato e aprenda a reconhecer todos os incontáveis presentes que a vida lhe oferece todos os dias; seja grato pela natureza que lhe cerca, pela sua família, pelos seus amigos, tal como eles. Aos poucos, você vai perceber que um novo alvorecer lhe espera e, assim, a vida poderá ganhar um novo colorido e um novo significado.
Judith Dipp

terça-feira, 7 de abril de 2015

Oração de libertação de nossa casa



Esta oração de libertação pode ser feita em casa com a família reunida

Após fazê-la, reze um Pai-Nosso e jogue água abençoada em todos os cômodos.


Em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo. Amém!

Pai de infinita bondade, estou consagrando ao Senhor minha casa, este lugar em que moro com meus familiares.

Muitas casas se tornam lugar de brigas, de disputas por heranças, de dívidas financeiras, choros e sofrimentos. Algumas são cenário de adultério, outras se transformam em lugar de ódio, vingança, prostituição, pornografia, devassidão, roubos, tráfico de drogas, falta de respeito, doenças graves, doenças psicológicas, agressividade, mortes e abortos.

Às vezes, enquanto a casa é construída, alguém, pelos mais variados motivos, amaldiçoa os donos ou os materiais de construção usados. Isso não é bom para o lugar em que vivemos. Por isso eu Te peço, Senhor, retira tudo isso do nosso lar.

Se o terreno, no qual está a casa, foi motivo de disputas judiciais e heranças mal resolvidas, o que pode ter gerado mortes, acidentes, violência e agressividade, peço, Senhor, que nos abençoes e afastes de nós todo esse mal!

Eu sei que o inimigo se aproveita dessas situações para instalar seu quartel geral, mas também sei que Tu tens o poder de expulsar daqui todo mal. Por isso, peço que o demônio vá direto aos Teus pés e nunca mais volte para esta casa.

Hoje, tomei a decisão de consagrar esta casa a Ti. Peço que, assim como foste na casa dos noivos de Caná da Galileia e ali fizeste o Teu primeiro milagre, venha hoje à minha casa e expulse todo o mal que possa estar nela enraizado e as possíveis maldições nela impregnadas.

Por favor, Cristo Senhor, expulsa agora, com o Teu poder, todo mal, toda falsa enfermidade, o espírito de separação, o adultério, os problemas financeiros, os espíritos malignos de agressividade, de desobediência, de bloqueios afetivos e familiares, toda e qualquer consagração, feitiço, benzimentos ou evocação dos mortos, simpatias ou uso de cristais, energização, todo tipo de vulto e barulho (cite outros incômodos que não estão aqui listados e que o (a) perturbam).

Que esses males sejam expulsos, agora, deste lugar, em nome de Jesus, e nunca mais voltem, pois esta casa agora pertence a Deus e a Ele é consagrada!

Senhor, eu Te peço, expulsa daqui toda a agressividade entre irmãos, toda briga, a falta de respeito e violência entre pais e filhos, entre o casal que aqui habita, entre os moradores desta casa e os vizinhos.

Que os anjos de Deus venham morar conosco. Que cada quarto, sala, banheiro, cozinha, corredor e área externa sejam agora habitados por eles. Que nossa casa seja uma fortaleza habitada e protegida pelos anjos do Senhor, para que toda a nossa família permaneça em oração, na fidelidade do amor a Deus, e que nela habitem a paz e a plena concórdia.

Muito obrigado (a), Senhor, por atender as minhas preces! Que cada dia possamos Te servir e que sejamos sempre agraciados com a Tua bênção. Saiba, Senhor, que esta casa Te pertence. Fica conosco, Senhor! Amém!

Autor: Padre Vagner Baia

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Páscoa é uma festa de família




A Páscoa é uma festa de família, porque viver ressuscitado é saboroso como o chocolate

Que conceito bonito este de que a família é a Igreja doméstica! “Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial, como lares de fé viva e irradiante. Por isso, o Concilio Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de ‘Eclésia doméstica’. É no seio da família que os pais são ‘para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé. E favoreçam a vocação própria a cada qual, especialmente a vocação sagrada’” (Catecismo da Igreja Católica, n° 1656).


O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé. Por isso, o lar é chamado, com toda razão, de “Igreja doméstica”, comunidade de graça e oração, escola das virtudes humanas e da caridade cristã (Catecismo da Igreja Católica, n° 1666).

Os pais são os primeiros a transmitir a fé, os valores cristãos e universais e uma boa educação para os filhos. Pai e mãe são mestres da vida; pela palavra e pelo exemplo, eles nos ensinam coisas que vamos levar para a vida toda, que vão influenciar nossas escolhas e, principalmente, formar a nossa consciência do bem e do mal. Serão os primeiros catequistas, que, muito mais do que ensinar, vão transmitir pela prática, porque os filhos os verão fazendo.

Eu mesmo poderia dizer da minha mãe e da minha avó quando as via rezar o terço diante da imagem de Nossa Senhora: “Era uma santa ouvindo o que a outra santa dizia!”. Meus pais imprimiram em mim muito mais do que traços biológicos e heranças hereditárias, qualidades e defeitos e o desejo de um futuro brilhante. Eles fizeram com que eu experimentasse o amor de Deus e a graça da fé. Quando ainda era criança, sem que eu entendesse, deram-me um banho de Água Viva, que me fez nascer de novo e me enxertou em Cristo Jesus. Dando-me assim o dom da imortalidade e a graça de pertencer a uma família muito grande: a Igreja!

Como explicar para as crianças e os jovens que, na Páscoa, o mais importante é a festa da vida que vence a morte? Que Cristo verdadeiramente foi morto numa cruz e que, por aceitar morrer assim, Ele nos libertou do pecado e nos salvou pela Sua Ressurreição? A Páscoa é uma festa de família, porque viver ressuscitado é saboroso como o chocolate, é cheio de vida como o ovo e é tão fecundo como um casal de coelhinhos. É preciso ter a coragem de celebrar a fé em família e ensinar o verdadeiro sentido de ser cristão.

Celebrar a Páscoa é renascer com Cristo ressuscitado, é passar da morte para a vida, é vencer o pecado e a morte. É também celebrar a vida com o sabor de um ovo de chocolate e mostrar ao mundo que o cristão precisa ser como o coelho: fecundo em virtudes, amor e santidade. É arrumar uma ceia e acender uma vela para convidar os amigos e parentes para se iluminarem com a luz de nossa fé. Uma fé que nasce e renasce constantemente no seio de nossas famílias. É ser criativo e pedir ao Espírito Santo que grave em nossos corações a graça e o verdadeiro sentido dos símbolos pascais:

O Círio Pascal: Representa o Cristo Ressuscitado, que deixou o túmulo, radioso e vitorioso. Na vela pascal ficam gravadas as letras Alfa e Ômega, significando que Deus é o princípio e o fim. Os algarismos do ano também ficam gravados no Círio Pascal. Nas casas cristãs, é comum o uso da vela no centro da mesa no almoço de Páscoa.

O ovo, aparentemente morto, é o símbolo da vida que surge repentinamente, destruindo as paredes externas e irrompendo com a vida. Simboliza a Ressurreição.

O Cordeiro: Na Páscoa da antiga aliança, era sacrificado um cordeiro. No Novo Testamento, a vítima pascal é Jesus Cristo, chamado Cordeiro Pascal.

O Coelho: Símbolo da rápida e múltipla fecundidade da Igreja, que está espalhada por toda a parte, reproduzindo fiéis: há um número incalculável de filhos de Deus, frutos da Graça da Ressurreição.

O Trigo e a Uva: Simbolizam o pão e o vinho da Santa Missa e, por seu grande significado com a Trindade Santa, traduzem, por excelência, o símbolo Pascal. Para a ornamentação da mesa de Páscoa, nada mais indicado que um centro feito com uvas e trigo, entre cestas de pães e jarras de vinho.

O peixe é o mais antigo dos símbolos de Cristo. Se Ele é o Grande Peixe, somos os peixinhos d’Ele. Isso quer dizer que devemos sempre viver mergulhados na graça de Cristo e na vida divina, trazidas a nós pela água do batismo, momento em que nascemos espiritualmente, como os peixinhos nascem dentro d’água.

Cristo ressuscitou, ressuscitou verdadeiramente. Aleluia!

FELIZ PÁSCOA!

Padre Luizinho, natural de Feira de Santana (BA), é sacerdote na Comunidade Canção Nova.