domingo, 8 de fevereiro de 2015

Como tratar as lepras de nossa alma?

Somente quem se propõe a cuidar das pessoas com misericórdia consegue cicatrizar as feridas expostas

Desfigurado e peregrinando quase sem vida, um leproso encontrou-se com o Senhor. Com certeza, já havia ouvido algo sobre as curas que Jesus realizava. Diante dele, encontrava-se, agora, a possibilidade de ter sua vida transformada. Aproximou-se do Senhor e Lhe disse: “Senhor, se quiseres pode purificar-me”. Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe e disse: “Quero, fica limpo”. (cf. Mt 8,1-4).

O milagre aconteceu, a lepra foi banida da vida daquele que antes caminhava sem rumo nem direção. Em Jesus, aquele homem encontrou não somente a cura para a sua enfermidade, mas teve a sua dignidade de pessoa humana resgatada. Lembremos que, naquele tempo, um leproso era excluído do convívio social e religioso. Segundo a concepção da época, quem tinha lepra carregava a condenação pela punição de um pecado grave que havia cometido. Excluído da presença de Deus pela sociedade religiosa e afastado da comunidade, não lhe restava outra alternativa a não ser mendigar compaixão das pessoas de boa vontade.

Muitos carregam lepras em sua alma. Muitas delas adquiridas por erros, escolhas mal feitas, rótulos impostos pela sociedade, discriminação, feridas espirituais e psicológicas não cicatrizadas.

Jesus, com Sua misericórdia e ternura, aproxima-se de todos nós que carregamos em nossa alma as marcas da lepra ainda não curada. Ele se aproxima de nós, toca-nos com Seu amor e restaura nossa vida. Mesmo sendo impuros, o Senhor deseja nos devolver a vida em plenitude que um dia sonhou para cada um de nós.

Para curar as lepras de nossa alma é necessário que nos reconheçamos enfermos. Não há cura para quem não consegue diagnosticar suas doenças.

Esse é o primeiro passo: dar nome às nossas lepras. Para executar esse passo, é necessário coragem diante daquilo que em nós se encontra enfermo. Não tenhamos medo de olhar nossas mazelas com olhar de misericórdia. Examinemos nossa consciência com a certeza de quem busca iniciar uma vida nova.

O segundo passo é procurarmos o sacramento da confissão. Apresentarmos a Deus, por intermédio de um presbítero, nossas lepras. Rasgar o coração, abrir o livro da vida, deixar Deus olhar nossas feridas abertas e ainda não curadas. Somente com o perdão de Deus derramado como bálsamo em nossas lepras vamos trilhar um caminho de cura. O amor do Pai devolve-nos a dignidade que as lepras do pecado roubaram.

Uma vez diagnosticadas nossas lepras e confessadas nossas enfermidades, precisamos buscar um novo caminho. Somente quem se propõe a cuidar das pessoas com misericórdia consegue cicatrizar as feridas expostas. Deus derrama sobre nós o bálsamo da misericórdia, mas é preciso que cuidemos das feridas diariamente, para que elas não voltem a sangrar.

Somente uma vida de oração, alimentada pela Eucaristia, fortalecida pelo sacramento da confissão e alicerçada pela perseverança será o caminho que curará as lepras de nossa alma. Jesus quer nos curar, no entanto, é preciso que desejemos, do mais profundo do nosso coração, essa cura e busquemos fazer a nossa parte no processo de uma vida nova, agora vivenciada sob a misericórdia e a ternura de Jesus Cristo. Quer ser curado? Comece hoje mesmo a fazer a sua parte e busque em Cristo uma vida em plenitude.

Pe. Flávio Sobreiro - Arquidiocese de Pouso Alegre – MG

Igreja celebra hoje Dia de Oração contra o Tráfico Humano


A ação vem ao encontro do apelo de Francisco para que se combata o tráfico de seres humanos e que se crie uma rede de proteção às vítimas

Da redação, com agências

Motivada pelo Papa Francisco, a Igreja Católica celebra neste domingo, 8, o Dia de Oração contra o Tráfico Humano. A iniciativa é promovida pelos Pontifícios Conselhos dos Migrantes e da Justiça, em parceria com a União Internacional dos Superiores Gerais.

Com o tema, “Acenda uma luz contra o tráfico de pessoas”, a ação vem ao encontro do apelo de Francisco para que se combata o tráfico de seres humanos e que se crie uma rede de proteção às vítimas.

O Dia de Oração ocorre na data em que a Igreja celebra Santa Josefina Bakhita, canonizada em 2000 por São João Paulo II. De origem africana, Bakhita foi raptada ainda na infância para ser escrava na Europa. Após quase 20 anos de maus-tratos e humilhações, foi entregue a uma família que decidiu levá-la à sua terra natal, deixando-a com as Irmãs Canosianas, ordem na qual se firmou.

Após o Angelus desde domingo, 8, o Papa Francisco recordou a data de hoje. “Encorajo todos os que estão empenhados em ajudar homens, mulheres e crianças escravizados, abusados como instrumentos de trabalho ou de prazer e muitas vezes torturados e mutilados.”

E completou: “Desejo que todos os que têm responsabilidades de Governo trabalhem com decisão para remover as causas desta vergonhosa praga, indigna de uma sociedade civil. Cada um de nós se sinta empenhado a ser voz destes nossos irmãos e irmãs, humilhados na sua dignidade. Rezemos com Maria por eles e pelas suas famílias”.

Para este Dia de Oração, os Pontifícios Conselhos dos Migrantes e da Justiça lançaram uma página na internet com as informações sobre a iniciativa: http://a-light-against-human-trafficking.info/?index=true


Fonte: Canção Nova