domingo, 27 de janeiro de 2013

O segredo da espera...


"É preciso esperar com confiança"

Somos convidados pela Palavra para entender um grande mistério na vida do cristão: não ser atendido em sua oração. Não tem como esperar por aquilo que se enxerga; a nossa esperança é a de quem não vê o que se espera.

 A esposa que espera a conversão do marido, reza há tanto tempo, mas não consegue enxergar o que virá. Da mesma forma, há aquela mãe que reza tanto para o filho, mas não consegue enxergar a mudança. Eu quero falar exatamente sobre isso: o tempo da espera.Muitos cristãos abandonam a fé nesso tempo. Com certeza, todos nós já fomos a um consultório médico e ficamos na sala de espera para depois sermos atendidos pelo médico. No entanto, muitos cristãos não sabem passar pela "sala de espera" da vida.

O que você tem esperado hoje? Talvez seja sua conversão, a volta do seu marido ou a libertação do seu vício. É preciso esperar com confiança. A escola de santidade acontece nesse tempo. Quem não sabe esperar não celebra a chegada [da graça alcançada]!

Aprendemos a não esperar na fila, usamos a internet para não perder tempo e não nos exercitamos no esperar. Quantas pessoas passam por problemas de dívidas financeiras, tentam dar um jeitinho, mas essas só crescem? Isso porque muitos não aprenderam a esperar em Deus. Há muitos cristãos que não souberam passar pela "sala da espera" da vida e ficam trocando de Igreja.

Quando não esperamos muito, não damos valor quando o esperado chega. É necessário esperar, mas precisamos aprender a fazer isso; não é fácil ver os anos passando quando não enxergamos a conversão dos nossos ou a pessoa amada chegar.

A espera a que eu estou me referindo, não é uma esperança acomodada, de ficar de braços cruzados, eu falo da espera ativa. E para ela Deus nos dá um instrumento. "Da mesma forma, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis" (Rm 8, 26).

  O "Instrumento" para essa espera é o Espírito Santo de Deus, que vem sobre a nossa fraqueza de não sabermos esperar, de não sabermos rezar nesse tempo [da espera].

   No tempo da espera, quando precisaríamos estar cheios de esperança, o que chega até nós é o desespero. E com isso não conseguimos rezar, quando mais deveríamos rogar ao Pai. Há muita gente que, quando está envolvida pelo desespero, só consegue pedir ao Senhor para morrer, pois vê na morte a solução para os problemas. Infelizmente, nesses momentos de dor, pedimos coisas erradas a Ele, por isso Ele não nos atende. Muitas pessoas ficam com raiva de Deus, porque Ele não as atendeu. Sendo que foram elas que pediram errado. Precisamos aprender a pedir. A Palavra nos ensina como rezar nesse tempo difícil. Muitas pessoas não sabem aguardar com esperança.
 
Quando pedimos em meio ao desespero, o fazemos a partir da nossa vontade, daquilo que achamos ser melhor e mais rápido. Dessa forma, invertemos a oração do Pai-Nosso; em vez de rezarmos: "Seja feita a Sua [do Senhor] vontade", rezamos: "Seja feita a minha vontade, aqui na terra e no céu também".

O Espírito Santo nos foi dado, porque, na hora do desespero, não sabemos pedir e Ele intercede ao Pai por nós. Muitas vezes, não somos atendidos porque não sabemos orar, e Deus não atende a prece feita a partir da nossa vontade.

  O segredo está na comunhão com a vontade de Deus, e a teremos por intermédio do Espírito Santo, que ora ao Pai por nós em gemidos inefáveis. O assunto principal de nossas orações é dizer a Deus qual é a "nossa" vontade. 90% de nossas súplicas é dizer ao Senhor o que nós queremos e 10% é dando "umas dormidinhas". Depois, ficamos com raiva, porque o Senhor não nos atendeu. Um Deus que manda não queremos, mas sim um Pai que obedeça; na hora do desespero, desejamos que Deus seja nosso empregado!

Quem não sabe rezar cria uma no Senhor, como se pudesse fazer um "script" para que Ele fosse fazendo todas as suas vontades. Muitos são marcados com a decepção, porque criaram expectativas e estas não foram atendidas; depois dizem que Deus não faz nada na vida deles, somente na vida dos outros. Acham que o Senhor tem de fazer as vontades deles.

  Não sabem passar pela "sala da espera". O cristão que não sabe rezar e reza sobre suas expectativas acha que Deus só pode dizer "sim", age como um pré-adolescente na fé. Esquece-se de que: “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito, pois é de acordo com Deus que ele intercede em favor dos santos” (Rm 8, 27).

    Você já parou para pensar que, talvez, não esteja pedindo o que Deus quer e que tenha de entrar na "sala da espera"? É preciso aguardar com esperança, entendendo que, enquanto estamos nessa "sala", estamos esperando por Aquele que examina os corações. É esperteza do cristão confiar seus pedidos ao Espírito, porque a comunicação entre Ele e Deus é perfeita. O cristão que não aprende a rezar no tempo da espera, fica ranzinza, não consegue acreditar nem nos milagres realizados na vida do outro.

Nós precisamos resgatar a capacidade de esperar, assim com a Virgem Maria, que esperou, aguardou, soube juntar a sua vontade com a vontade do Pai. Não somos chamados a nos juntar ao grupo que corre atrás de Jesus apenas por causa das curas.

Nos planos de Deus existe um tempo de espera para cada um de nós, não há ninguém que não tenha de, um dia, esperar. Isso faz parte da realidade da nossa vida; é melhor entrarmos na escola da espera. Só não podemos dispensar a ajuda do Espírito.

  Como você tem rezado? Pedindo algo que é da sua vontade ou o que é da vontade do Pai?
Padre Fabricio Leitão, sacerdote da Comunidade CN

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Os olhares de Jesus...

Há olhares de indiferença que fazem o outro se sentir desprezado...

Olhar a vida de diferentes pontos de vista é uma atitude sábia que floresce no tempo de nosso próprio amadurecimento. Ver a vida com novos olhos é descobrir o que estava à nossa frente e não conseguíamos enxergar. O tempo nos ensina a olhar com maturidade. Inútil será querer ver o fruto quando a semente ainda está nascendo. O tempo reconcilia nossos olhares com a vida e conosco mesmos. Muitas são as maneiras de olharmos a vida. Cada um olha a partir daquilo que a vida lhe ensina a olhar. Uns olham longe e acabam se perdendo na imensidão do que veem. Outros olham perto e não coneguem ir além do que estão vendo. Outros olham apenas para si mesmos e vivem fechados em um olhar individualista. Cada olhar é uma maneira única de nos encontrarmos com aquilo que vemos, e cada encontro precisa ter o olhar da sabedoria que ensina a ser mais humano. Múltiplos são os olhares e eles ganham as tonalidades que neles imprimimos. Há olhares de inveja que roubam a paz.
Há olhares de indiferença que fazem o outro sentir-se desprezado e humilhado. Há olhares de raiva que imprimem na alma as marcas da agressividade. Há olhares tristes que estão presentes em muitos e nos mostram o inverno rigoroso que fez morada em territórios misteriosos da alma. Mas também há os olhares que transmitem vida: o olhar da compaixão que acolhe; o olhar alegre, que nos faz sentir abraçados; o olhar da paz, que nos devolve o céu; de solidariedade, que nos une como irmãos e irmãs. Nosso olhar revela o que passa em nossa alma. Captar o que ele quer dizer pode ser tarefa difícil. É necessária a sensibilidade de quem, um dia, aprendeu a olhar como o Mestre da Vida. Muitos olharam e foram olhados por Jesus; dentre todos estes olhares temos a certeza somente de uma coisa: quem olhou ou foi olhado por Jesus nunca mais foi o mesmo. O olhar do Senhor tinha a sensibilidade de devolver ao ser humano o sentido de sua existência. O silêncio do olhar divino escrevia novas frases de uma vida que se encontrava sem sentido.

Jesus olhou para a samaritana e lhe entregou uma fonte de água viva. Nunca mais aquela mulher teve sede de vida. A fonte de um novo tempo irrigou os canteiros daquela alma cansada de buscar uma água que não saciava a sede de modo definitivo. As águas da saciaram aquela alma sedenta brotavam de uma fonte viva. O balde foi deixado de lado, pois a fonte de água agora jorrava dentro dela mesma.
 
A pecadora tinha, diante de si, olhares que a condenavam. Quem rotulam o próximo já foi, antes, rotulado pelos próprios pecados de quem olha. Jesus sabia que aqueles olhares estavam contaminados pelos próprios pecados de quem olhava os erros daquela mulher. O outro é um espelho que nos indica o que em nós precisa ser mudado. Quando não conseguimos retirar as ervas daninhas de nossa alma, vamos até os canteiros do outro e tentamos cuidar de terrenos que não nos pertencem. Jesus olhou para aqueles olhos que estavam prestes a matar aquela mulher e retirou o véu das próprias perfeições que eles carregavam em si mesmos. Olhares imperfeitos tem o brilho da perfeição.

Foi somente um olhar de amor que devolveu àquela mulher a chance de recomeçar a vida de modo diferente. O olhar da misericórdia encontrou-se com o olhar de imperfeições. A misericórdia semeou, naquela vida, as flores da primavera de novas alegrias e ela partiu para levar o perfume das flores que agora brotavam em sua alma.

Cada olhar de Jesus mostrava um novo caminho para quem d'Ele se aproximava. O olhar divino tocava a alma humana de cada pessoa e fazia de cada manhã a mais bela experiência do viver. Nunca um olhar foi tão surpreendente com o olhar de Cristo. Quem olha com amor devolve a luz que foi apagada pelas incompreensões de uma noite que está prestes a se despedir.

Uma nova vida começa a existir a partir do momento que mudamos o nosso modo de ver o mundo. Enquanto há muitos olhares que matam, Jesus olha com vida para os canteiros de nossas possibilidades. Enquanto houver um amanhecer, Deus estará olhando com a luz do seu amor sobre cada um de nós. Nos olhares de amor de Cristo descobriremos que os nossos olhares imperfeitos estão prestes a serem sementes de uma nova estação que se chama Amor.
 
Padre Flávio Sobreiro

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Como encontrar o amor maior?

Se é amor, tudo “suporta”. Namorar é fazer bem...
 

"Temer o amor é temer a vida e os que temem a vida já estão meio mortos." (Bertrand Russell)
 

Se você acessou este artigo e pensou que encontraria os "10 passos para encontrar o amor da sua vida", que em 3 dias este amor apareceria ou alguma fórmula do amor (A+B= amor), eu lhe peço: pare por aqui, porque o amor não improvisa nem é macarrão instantâneo que, em 3 minutos, está pronto para ser devorado.
 

Amor é aventura, amor é desafio, amor é para corajosos!
 

Pense comigo: No mundo há, aproximadamente, 7 bilhões de pessoas, e uma delas é a pessoa que Deus pensou para você. Esta pessoa está dentro de uma área de 510,3 milhões de Km² em algum dos 5 continentes, trabalhando, estudando ou até dormindo em algum dos 195 países. A você cabe a simples tarefa de “encontrá-la”.
 

Parece até algum daqueles filmes como 'Indiana Jones e os caçadores da Arca Perdida' ou 'Indiana Jones e a Última Cruzada', não é? Sim, estamos sempre à procura, porém, o que quero deixar para você é: “Não se perca na busca”.
 

Acredito que, antes de encontrar a pessoa certa, é preciso tornar-se a pessoa certa. Torne-se a pessoa que Deus o chama a ser. Descubra-se como alguém ciente de que preenchimento e plenitude só se encontram no Senhor. Não espere que outra pessoa o complete. Deixe que Deus faça isso.
 

Há muita gente mais ou menos por aí. Não que elas sejam mais ou menos, mas se comportam como tal. Há pessoas que pensam assim: “Já que a mulher de minha vida é minha 'cara-metade', serei metade até que a encontre; quando a encontrar, todos os meus problemas estarão resolvidos”. Gente mais ou menos é assim.
Quando esse cara encontrar a garota, não será o começo de um relacionamento, mas o início de uma dependência e prisão de carências. Ninguém merece ter, nas costas, o peso de ser “a solução de problemas”, não é?
 

O que é ser a pessoa certa? “Certa” não é perfeita. “Certa” é ser gente, ser pessoa humana. Ama a si mesma, acredita em si e, melhor ainda, percebe-se amada pelo Amor, que é Deus.
Se você começou a ler este artigo e queria saber se a pessoa, que hoje você namora, é “certa” para você, a primeira pergunta que precisa ser respondida é: Sou a pessoa certa?
 
 
Uma vez respondida esta pergunta, podemos ir para a segunda. Esta pessoa é certa para mim?
 

Agora, pedirei ajuda às cartas de Paulo. “(O amor) Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (I Cor 13,7).
 
 
Sabe aquelas experiências de química que você precisa submeter determinado experimento a algumas condições, como temperatura, pressão e tal? Faça isso agora com o “amor” que você tem ao seu lado. As condições foram dadas por Paulo:
 
 
Se é amor, tudo desculpa. Reconhecer a culpa quanto ela é real, mas tirá-la, pois quem ama perdoa.
 
 
Se é amor, tudo crê. Não dá para "levar" um namoro quando há desconfiança. É só desgaste.
 
 
Se é amor, tudo “espera”. Nem preciso falar que o verdadeiro amor espera. Então, castidade é o parâmetro para um namoro bacana.
 
 
Se é amor, tudo “suporta”. Namorar é fazer bem. Namoro é lugar de viver e também de morrer; nunca de matar. Se, ao submeter seu amor à prova destas condições, ele aguentar, posso lhe garantir que você tem, ao seu lado, um grande amor.
 
 
Não tenha medo de fazer isso, porque "somente quando o amor é colocado à prova que ele mostra seu verdadeiro valor". (João Paulo II)
 
 
Se a dúvida ainda bater à porta e você ainda duvidar que está com a pessoa certa, o Papa João Paulo II responde assim: “Quanto maior o sentimento de responsabilidade pela pessoa amada, mais verdadeiro é o amor”.
 
 
Como eu disse no começo do texto, para amar não existe receita pronta, mas indícios de um bom caminho a trilhar. Está afim?
 
 
Adriano Gonçalves

domingo, 13 de janeiro de 2013

Parabéns Dizimistas...

A Comunidade Santa Teresinha se alegra em poder celebrar o aniversário dos dizimistas do mês de janeiro:


Adiana Aparecida Camargo Andrade
Beatriz Alvez de Camargo
Helena Franco Resende
Hilda Gutierre
Joaquim Ganarcia dos Santos
Josefa Maria do Carmo Araujo
Mariana Lanzana Carturan
Monica Moreira Marques Parreira
Neia Siqueira Ribeiro
Rosalina Purificação Amador
Rosinei Soares Conceição
Regiane B. da Rocha
Tereza Aparecida B. G. Bezerra
Terezinha Vicente de Andrade
Vanessa Andrade  
Zelia Gomes Iglesias Temblas
 
 
O nosso muito obrigado a todos vocês, que este novo ano seja repleto de bençãos de Deus. Que Nossa Senhora esteja sempre intercedendo por todos vós e por vossas famílias e que Santa Teresinha Derrame sobre todos uma chuva de rosas de bençãos do céu!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Ano Novo, vida nova?


"Reconheça seus limites e não se esqueça: sempre é tempo de recomeçar".

Mais um ano novo se aproxima. Neste tempo, a esperança se renova e, com isto, fazemos uma série de promessas para nós mesmos; fazemos planos, determinamo-nos a fazer uma série de coisas como: perder peso, estudar, fazer exercício físico, etc. Porém, muitas vezes, só nos recordamos destas promessas quando chega o final do ano e paramos para fazer um balanço do que vivemos. Neste momento, algumas pessoas simplesmente dizem para si mesmas que "desta vez vai ser diferente", e fazem novos planos. Outras, ao se depararem com seus planos não realizados, sentem-se fracassadas e frustradas.

Precisamos fazer uma boa análise do que vivemos no decorrer do ano, verificarmos quais as metas atingimos e o que faltou. Naquelas que não alcançamos, precisamos ter coragem para identificar o que realmente foi falha nossa, reconhecer os erros e os limites, e o que foi resultado de situações fora do nosso controle, como doenças por exemplo.

Naquilo que falhamos, o que realmente faltou? Muitas vezes, os planos que fazemos, no final do ano, são tomados no calor da emoção, movidos pelo impulso ou pela influência de amigos ou até da mídia, faltando um verdadeiro comprometimento interior, um planejamento. Planos ditos “da boca para fora” são repetidos ano após ano, sem chegar a nenhum resultado. Ficar se lamentando, reclamando de si mesmo e do mundo não leva a nada. É preciso uma atitude ativa e corajosa.

Convido você, então, para olhar para dentro de si e responder: o que realmente eu quero para 2013? Com o que realmente eu vou me comprometer? Mudança de vida exige comprometimento, exige renúncia e esforço. Metas e planos não são alcançados sem luta. Depois de responder esta pergunta, você precisa pensar: "Quais são os passos que preciso dar? Precisarei buscar ajuda de alguém ou de algum profissional?" Ou seja, se você quer chegar ao final do ano com seus planos realizados, é necessário planejar o que você vai fazer. Um cuidado que você precisa tomar é o de não se encher com muitos planos e metas, pois o risco de chegar ao final do ano e deparar-se com a mesma situação é grande.

Independente de qualquer coisa, saiba reconhecer os seus limites e falhas, e nunca se esqueça que sempre é tempo de recomeçar.

Que você tenha um 2013 feliz e abençoado.
Manuela Melo