domingo, 26 de fevereiro de 2012

Quer fazer bem todas as coisas?

"Aprenda com Jesus a não deixar nada pela metade..."

"Ele tem feito bem todas as coisas" (Mc 7,37). Com essa frase do Evangelho de São Marcos, podemos ver um traço da personalidade de Jesus. Era um homem maduro em todos os sentidos. A maturidade é sinônimo de eficiência, eficácia e simplicidade. Em suma, maturidade é sinônimo de santidade!

Afetivamente: maduro! Psicologicamente: maduro! Politicamente: maduro! Espiritualmente: maduro! Jesus Cristo era tão maduro que, no derradeiro dia, prestes a entregar-se nas mãos do Pai Celeste, afirmou: “Tudo está consumado!” (Jo 19,30). Que êxito! Os seus 33 anos bem vividos. Não faltava nada! Tudo foi "bem" feito. Não deixou as coisas "pela metade". Não precisou de um dia a mais. Nem mesmo um minuto além do que Lhe foi dado. Tudo consumado! Bem diferente de algumas pessoas que chegam ao final da vida com “tudo consumido”. Que incrível diferença faz uma única letra: consumado, consumido. Que alegria seria se muitos dos nossos políticos pudessem ter um fim de mandato semelhante ao de Cristo. Que honra seria saber que muitos padres, pais, médicos, professores, profissionais das mais variadas áreas, encerraram a carreira com tudo “consumado” e não “consumido”!

A maturidade de Cristo se dá não apenas por talento pessoal ou predisposição genética. É verdade que Seus pais: Maria e José, eram justos; isto é, cumpriam fielmente o que lhes era recomendado pela lei religiosa. Mas acima de tudo, Jesus aprendeu isso de Seu Pai Celeste. No início da Bíblia, vemos que Deus criou o mundo e viu que tudo era bom (cf. Gn 1,10). Ou seja, a obra do Todo-poderoso é boa! É bem feita! É perfeita!

Que necessidade temos de aprender essa qualidade de Jesus! Quantas vezes deixamos as coisas por fazer, ou fazemos as coisas de qualquer jeito. Neste mundo escravo do tempo e intoxicado por múltiplas tarefas, descobrimos homens e mulheres apressados, estressados e doentes porque não conseguem cumprir uma agenda, atender todas as solicitações e corresponder a todas as expectativas.

Talvez o grande problema seja nossa extrema capacidade de complicar as coisas que são tão simples. Conseguimos tempo para tudo o que é secundário e deixamos de lado o que é essencial. A escala de valores foi perdendo sua textura natural e acabamos por colocar em primeiro lugar itens que não garantem um final feliz. A vida se torna pesada demais quando colocamos mais peso no telhado e nos esquecemos de fortalecer o alicerce da própria casa. Que o digam os engenheiros encarregados de justificar os desabamentos, causadores de muitas mortes, que vimos nos noticiários nacionais ultimamente.

A estrutura humana ideal é aquela que se assemelha à do Nazareno. Vivia com simplicidade. Valorizava os relacionamentos e dava chance até mesmo àqueles que potencialmente poderiam feri-Lo (Judas). Não se deixou prender pela mágoa, perdoava sempre (“Perdoai-os, eles não sabem o que fazem” – Lc 23,34). Não era preso à própria opinião, sabia submeter-se (“Que se faça a tua vontade, o Pai; e não a minha!” – Lc 22,41).

Era íntegro o bastante para não se afligir com a opinião alheia, acolhia pecadores e excluídos. A todos tinha uma palavra pacífica e orientadora (“Bem-aventurados os mansos!” – Mt 5,5 ). Amadureceu sem se desviar do motivo da própria existência. Aliás, tinha um sentido claro da própria vida (“Eu vim para que todos tenham vida, e vida em abundância!” – Jo 10,10).

Padre Delton Filho

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Quaresma, tempo de descobrir que o amor é possivel...

"O pecado é o maior obstáculo para o amor..."

Em poucos dias, na Quarta-feira de Cinzas, começaremos um período litúrgico importante da nossa fé católica: a Quaresma. O tempo quaresmal, eminentemente penitencial, em preparação para a Páscoa, é o propício momento em que todos nós, fiéis batizados, somos convidados a intensificar a vida de oração, penitência e caridade, com realce especial ao jejum e à abstinência. Contudo, só se compreende a Quaresma por intermédio do olhar de um Deus, que se encarna, morre e ressuscita por amor a cada um de nós. Isso mesmo, Deus mergulha na epopeia e tragédia da vida humana para nos resgatar das correntes do pecado e dar-nos a vida eterna.

A Quaresma está intimamente conectada com o desejo de felicidade e infinito, latentes em cada coração humano. Sem ela não se entende o ser cristão, sem ela não se entendem os mistérios da indigência e da grandeza humana. Constata-se por muitos espaços da vida humana um mar de tristezas e frustrações. A depressão, segundo dizem, é o mal de nosso século. Nunca sentimos tanta falta de infinito, e nunca estivemos tão presos ao efêmero, ao passageiro, ao transitório, àquilo que não gera relações humanas, valorizando demasiadamente o virtual e nos esquecendo do real, da dor, das misérias, da pobreza, da violência e das misérias morais que relativizam o belo e o sagrado e geram a cultura do descartável.

O que impede o coração humano de encontrar a felicidade? Muitas são as respostas, muitos estudos são apresentados diariamente nos meios de comunicação. Buscam-se explicações psicológicas, sociais, econômicas, políticas, entre outras. Mas são poucos os que chegam ao fundo do problema. A verdadeira e plena felicidade só será alcançada quando passarmos pela via quaresmal, caminho de purificação e penitência, que nos liberta, por meio da graça, dos grilhões do pecado.

O pecado é o maior obstáculo. Infelizmente, estamos imersos numa cultura que o comercializa. O mais triste é que, ao buscar a felicidade, a humanidade parece afundar-se cada vez mais no lodo e morre sufocada pelo veneno do pecado, que destrói almas e sonhos. E é a própria sociedade que promove esse tipo de vida, se questiona dos porquês dessas realidades que contaminam o orbe sem se importar com as condições econômicas ou sociais das pessoas.

A maior alienação é a incapacidade de perceber o quanto o ser humano se quebra quando se entrega ao pecado. Existe uma desintegração espiritual que se manifesta na sociedade e prolifera em estruturas. Ele nasce pessoal e, em proporção com a matéria, gravidade e circunstâncias, gera o mal social.

O reconhecimento de nossas misérias e fraquezas diárias é o primeiro passo para o encontro profundo consigo mesmo e com Deus. O pecado é a desintegração da nossa natureza e aliena nossa vida da realidade eterna a qual todos nós somos chamados. A penitência não é masoquismo, mas reconhecer de modo concreto e visível a nossa indigência e necessidade. Ela nos coloca no caminho do perdão, que é o resgate da unidade perdida pelo mal. O salmo penitencial 51(50) exclama, com beleza poética, o drama do pecado e a recuperação do Rei Davi. A primeira coisa que o pecado ataca é nossa consciência, ou seja, a capacidade de perceber e distinguir o mal e o bem. O Rei Davi possui a graça de ter um grande amigo, o profeta Natã. Este, sem medo das consequências e guiado pela força do Espirito Santo, o [Davi] acusa do seu pecado. A paz e a felicidade voltam ao rosto do rei de Israel apenas quando ele reconhece e deseja reparar o mal cometido.

O pecado nos coloca no sono mais profundo e nos impede de encontrar a paz que deve reinar em nossas vidas. Só por intermédio da paz, que nasce do encontro com Cristo misericordioso, ao nos arrependermos, poderemos encontrar a felicidade. Os verdadeiros amigos são aqueles que nos ajudam a despertar e a ver a realidade em toda sua complexidade, como fez Natã com Davi. Eles são capazes disso não porque sabem mais ou são mais capacitados, mas, sim, porque nos amam. Como está escrito em Eclesiástico: “O amigo fiel é poderoso refúgio, quem o descobriu, descobriu um tesouro” (Eclo 6,14).

A crise de felicidade está proporcionalmente relacionada com uma crise de amizade. Poucos encontram verdadeiros amigos. Muitas vezes, não sabemos ser bons amigos. Neste clima de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que será sediada na cidade do Rio de Janeiro, conclamo ao jovem: desperte com o encontro com Cristo, o dom da amizade. Não se pode ser cristão sozinho. Jovem evangeliza jovem. Com razão impacta, positivamente, milhões de pessoas a participação nas Jornadas Mundiais da Juventude, no encontro com Cristo juntamente com o Santo Padre o Papa. Nessas jornadas, os jovens descobrem que a amizade já existe entre eles, pois todos possuem em comum o grande Amigo Jesus Cristo, Aquele que nunca nos abandona.

Dizem que hoje as pessoas não querem se relacionar, desejam apenas se “conectar”, pois é mais fácil colocar o outro em “off”. O medo de criar laços sólidos brota, em muitos casos, da incerteza do amor. O pecado apaga de nossas vidas a certeza de que é possível amar. A fragmentação de nosso ser, oriunda do pecado, nos impede de confiar no outro.

Assim, neste importante tempo de Quaresma despertemos novamente o nosso desejo de felicidade. Purifiquemos nossas almas do pecado, que obstaculiza o encontro com Cristo, Amigo capaz de nos guiar com passos seguros. Como o Rei Davi, peçamos a Deus piedade por nossos pecados. Não tenhamos medo de reconhecer nossas transgressões.

Deus conhece nosso ser, ama a verdade e nos ensina a sabedoria. Ele nos dá a felicidade, o júbilo e nos purifica de todas as iniquidades, fazendo-nos “mais brancos do que a neve”. Sobretudo, Deus cria em cada um de nós um coração novo com a ajuda da penitência e do perdão sacramental. A via quaresmal, bem vivida, despertará em nós um espírito firme e devolverá o júbilo da salvação (cf. Sal 51).

Que nesta Quaresma tenhamos a coragem de fazer uma passagem profunda de purificação do pecado para a graça, no caminho bonito do itinerário do seguimento e discipulado do Redentor!

Dom Orani João Tempesta, O. Cist

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Quero ser livre...

Ser livre não é “fazer tudo o que eu quero”...

A maior aspiração do ser humano é a felicidade. E isso é consequência natural de termos sido criados à “imagem e semelhança de Deus" (cf. Gen 1,26), para participar de Sua vida bem-aventurada. O Catecismo da Igreja Católica, no primeiro parágrafo, afirma: "Deus, infinitamente Perfeito e Bem-aventurado em si mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar da sua vida bem-aventurada" (n.1).

Já que o homem foi feito "por Deus" e "para Deus" ele só conseguirá ser feliz “em Deus”. Todos os outros caminhos de felicidade serão frustrantes, e a fome de ser feliz não será saciada plenamente. Santo Agostinho (354-430), um dos maiores pensadores de todos os tempos, depois de buscar a felicidade nos prazeres do mundo, como na retórica, na oratória, no maniqueísmo e em tantas outras estrepolias, somente saciou o seu coração quando encontrou o Evangelho. Logo no início das suas "Confissões", diz: “Nos fizestes para Vós e o nosso coração não descansará enquanto não repousar em Vós”.

E adiante, lamenta ter demorado tanto para ter descoberto a verdadeira fonte da felicidade: “Ó Jesus Cristo, amável Senhor, por que, em toda a minha vida amei, por que desejei outra coisa senão Vós?”

Sem Deus não há autêntica liberdade e felicidade. O Criador não quis para nós uma felicidade pequena, esta que se encontra entre as coisas do mundo: o prazer dos sentidos, o delírio das riquezas ou o fascínio do poder e do prestígio. Não. Isso é muito pouco para nós. Deus quis que a nossa felicidade fosse muito maior; quis que fosse Ele próprio. E isso é um grande ato de amor do Pai para conosco. O Pai sempre quer “o melhor” para o filho. Daí se conclui que a fome de felicidade do homem é infinita e não pode ser saciada sem Deus Pai, que é infinito. É fome de Deus.

Sem acolher Deus de coração aberto, que se revela pela criação, pela Bíblia, e por Jesus Cristo, que é a perfeita revelação do Pai (cf. Hb 1,2), o homem jamais experimentará a autêntica felicidade. E isso não é uma mera conclusão religiosa, é um fato de vida. Experimente hoje dar a um jovem tudo o que ele quiser: dinheiro à vontade, prazer até não poder mais, “curtição” de toda natureza, e você verá que a sua “fome” de felicidade continuará insaciada. Não fosse isso verdade, não teríamos muitos jovens de famílias ricas, mas delinquentes, envolvidos com as drogas, crimes, entre outros.

As estatísticas mostram que a maior quantidade de suicídios acontece com pessoas da classe alta. Por outro lado, vá a um mosteiro e pergunte a um monge, que abdicou de todos os prazeres do corpo e do espírito, para abraçar somente a Deus, se lhe falta algo para ele ser feliz. A resposta será "não"! Nada lhe falta, pois ele tem Tudo. Tem Deus.

A Igreja, de maneira insistente, nos ensina que: "O aspecto mais sublime da dignidade humana está nesta vocação do homem à comunhão com Deus... Pois se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu Criador" (Gaudium et Spes, 19).

Muitos pensam que abraçar a Deus, e viver uma vida em obediência às Suas leis de amor, significa “perder” a liberdade. Ao contrário, Deus é a verdadeira Liberdade e Verdade. É preciso distinguir entre liberdade e libertinagem, entre ser livre e ser libertino. Liberdade sem compromisso com a verdade e com a responsabilidade se torna libertinagem; e esta jamais poderá gerar a felicidade, já que vai desembocar no pecado. E “o salário do pecado é a morte” (cf. Rom 6,23).

Ser livre não é “fazer tudo o que eu quero”. Não. Muitas vezes, isso é loucura. A verdade é o trilho da verdadeira liberdade. Liberdade sem verdade é loucura. Será liberdade assegurar que dois mais dois são cinco? Será liberdade desrespeitar o catálogo do seu aparelho de TV e, em vez de ligá-lo em uma tomada de 110 volts, como manda, você teimar em ligá-lo em outra de 220 volts? Será liberdade, por exemplo, usar drogas para sentir-se livre, mesmo destruindo a vida? Será liberdade usar o sexo sem o compromisso do casamento, apenas por prazer, mesmo sabendo que ele poderá gerar uma gravidez despreparada, um aborto, um adultério? Não. Tudo isso não é liberdade; é loucura!

A liberdade que gera a felicidade é alicerçada na verdade e na responsabilidade. Fora disso é loucura, libertinagem, irresponsabilidade... pecado, que vai gerar a dor, o sofrimento e as lágrimas. Não queira experimentá-la. É muito melhor aprender com o erro dos outros. Abra os olhos e tenha coragem de ver!

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6).

Por mais duras que sejam as exigências do "Sermão da Montanha" (humildade total, mansidão, misericórdia, pureza de coração, castidade, jejum, esmola, oração, etc.), é aí que temos o código da liberdade e da felicidade autênticas. O Catecismo da Igreja Católica, no número 1.718, nos garante que: “As bem-aventuranças respondem ao desejo natural de felicidade”.

Felipe Aquino

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Homenagem ao padre Rafael Zanata Albertini SDB...

"Neste domingo tivemos a grande alegria de poder receber em nossa comunidade o Pe. Rafael Zanata Albertini SDB, para a sua primeira Missa dominical na Cidade de São Paulo, toda a comunidade, alegre recebeu o presidente desta celebração com especial carinho. Abaixo a mensagem de homenagem e as fotos desta linda celebração."

Querido Pe. Rafael,

Gostaríamos de agradecer nesta singela homenagem o dom do seu sacerdócio, pelo seu sim diante do chamado de Deus. Sabemos que a caminhada não é fácil, mas, esperamos que quando as dificuldades lhe perturbarem se lembre sempre do propósito de Deus para a sua vida.

O senhor passou por nossa comunidade rapidamente. Primeiro como seminarista, depois como diácono e agora como sacerdote. Mas essa passagem nos deixou belas e frutíferas lembranças, pois seu jeito sempre alegre e descontraído nos ensinava que o amor ao próximo deve ser maior do que nossas diferenças. Mesmo nos momentos de formação estava sempre bem humorado e disposto a ouvir cada um, e procurar a solução mais acertada para a situação.

É por isso padre, que rezamos para que o senhor seja sempre guiado pelo Espírito Santo de Deus e que Maria, nossa Mãe Auxiliadora, esteja sempre intercedendo por ti. Que a exemplo de São João Bosco, padroeiro da juventude e fundador da Ordem Salesiana ao qual o senhor pertence. O seu sacerdócio seja sempre repleto desse amor e dessa entrega destemida pela salvação do povo de Deus.









quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A reconstrução dos muros da alma...

'A obra de Deus supera as nossas expectativas...'

Jerusalém já foi ocupada, destruída e reconstruída inúmeras vezes e os textos bíblicos atestam tudo isso. A cidade santa sempre demonstrou que tinha mesmo algo de celeste. Seu poder de reconstrução, ao longo dos séculos, serve de exemplo para as grandes metrópoles que hoje sofrem com os desastres, naturais ou não.

Há uma semana a cidade do Rio de Janeiro viveu dias de terror com perdas irreparáveis: de vida, de sonhos e projetos... No coração dos cariocas fica a interrogação: de quem foi a culpa? Por que não foi possível prever os desmoronamentos?

Perguntas que talvez soem pela Cidade Maravilhosa eternamente e nunca sejam respondidas por completo. Mas a capacidade de reerguimento da Cidade Santa, que já teve suas muralhas e lugares santos destruídos, serve de sinal para a terra do Cristo Redentor e permanece em pé para as gerações de 30 séculos atrás, mas também para as de hoje.

Mais que falar de muros, prédios ou estruturas de concreto, a Cidade Santa fala de vida, de restauração de alma. A reconstrução que Deus fez na cidade, pela qual inclusive chorou, tão exaltada nas Sagradas Escrituras, é a mesma reconstrução que Ele quer fazer no nosso interior.

Reconstruir as estruturas físicas ou as perdas causadas por uma enchente não é algo fácil, requer tempo, recursos, suor e sacrifício. O vazio da ausência de alguém que se foi com as águas talvez nunca seja preenchido. Já a reconstrução do coração talvez não custe tanto, porque depende de algo plenamente ao dispor de nosso controle: a nossa vontade. Deus faz, reconstrói por completo, recupera aquilo que estava em ruínas, mas depende do nosso querer. O Senhor não agride o nosso livre-arbítrio.

Talvez o muro que precise ser refeito hoje seja um coração decepcionado com a vida, com os outros, consigo mesmo. E como é difícil reconhecer que exista alguma realidade que necessite ser reconstruída! É mais fácil e mais cômodo transparecer aos outros que está tudo nos conformes, que não existe nada que fugiu ao nosso controle.

Ao contrário das ruínas de concreto, nossas deformidades, muitas vezes, ficam escondidas. Só Deus e os mais próximos sabem onde precisamos de uma verdadeira cirurgia interior, em que precisamos crescer, o que precisamos deixar para estar em conformidade com Cristo. Se exposta ou não, a ferida ou a destruição interior que você vive hoje pode ser reparada por Aquele que tudo pode.

E o legal é que depende de nós, não depende do governo, não depende de investimentos externos. Depende do escancarar a nossa verdade diante de Deus e pedir que Ele mesmo nos reconstrua, nos refaça. O Senhor é o melhor arquiteto, engenheiro ou pedreiro a quem poderíamos recorrer. A obra d'Ele é completa e supera as nossas expectativas. Faça o teste.

Thaysi Santos