quinta-feira, 28 de julho de 2011

As pérolas da vida...

'A sociedade atual tem de tudo, mas nem tudo faz bem ao ser humano...'

A maior pérola da existência terrena é a pessoa humana, com suas reais condições de vida saudável e de dignidade. A isso se junta sua capacidade de decisão, de empenho e de discernimento para realizar aquilo que convém e que ajuda na sua real existência.

O discernimento, também entendido como escolha consciente e livre, é a capacidade de opção, fazendo investimento no que é bom, rejeitando tudo aquilo que é ruim e que prejudica a força da esperança contida no coração de todas as pessoas. É marca fundamental na pessoa humana a sabedoria nos julgamentos, na administração, na equidade e no bom senso. Importa ter um coração sábio e inteligente, porque ali reside a condição do pensar e do conhecimento do bem e do mal.

As atitudes de dureza de atos são prejudiciais para a comunidade, seja ela qual for. A família pode ser a maior e primeira prejudicada, convivendo com práticas autoritárias, com mandos e desmandos de formas inconsequentes. Toda prática autoritária acaba sendo corrupta e exploradora das pessoas. Podemos dizer que a sabedoria divina é uma grande pérola, mas tem que ser bem usada, sabendo discernir com precisão o que é bom e o que é mal na comunidade.

As pérolas são tesouros como sinais de vida. No dizer dos provérbios: "Feliz o homem que encontrou a sabedoria..., mais feliz ainda é quem a retém" (Pr 3, 13-18). É como encontrar ouro, prata e objetos preciosos. Jesus fala do Reino de Deus como pérola a ser procurada.

A sociedade atual tem de tudo, mas nem tudo faz bem para o ser humano. É necessário distinguir o que serve para ajudar o homem e a mulher na sua dignidade, no ser imagem e semelhança de Deus. A maior pérola é a filiação divina do ser humano.
Enfim, a vida humana, como maior pérola na história, é uma conquista diária, com lutas e enfrentamentos a todo instante. E não é fácil fazer o bem no meio de tantas propostas oferecidas pela cultura do mal e da violência ao ser humano.

Dom Paulo Mendes Peixoto

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A Eucaristia edifica a Igreja...

O Senhor nos deu tanta prova de amor, que chegou em seu extremo ao fundar esses dois tesouros: o dom do sacerdócio e o da Eucaristia. O primeiro viria para ser, para os sucessores dos apóstolos, os futuros evangelizadores. Assim como hoje, os apóstolos também eram padres da Igreja. Já o segundo veio para purificar e fortalecer nosso espírito e a nossa fé, pois cada vez que comungamos o Corpo de Cristo, renovamos nosso voto de fé e confiança n'Ele.

A Eucaristia nos edifica, sem ela a Igreja não sobrevive. Esse é um dos maiores tesouros deixados por Deus para nós. O sacerdócio é a prova viva da presença de Deus entre os homens, pois sua origem remetem à origem da Igreja.

Nos dias de hoje vemos inúmeras acusações contra a Igreja e, principalmente, contra os sacerdotes. Infelizmente, no erro de alguns, muitos acabam pagando. Mas eu lhes peço: não deixem que más línguas falem dos ungidos de Deus.

O Senhor, quando saiu deste mundo, não nos deixou nenhuma herança física. Ele nos deixou muito mais: deixou Seu Corpo e Sangue, o próprio Deus vivo na Eucaristia. Fez isso porque não suportaria viver longe de seus filhos amados.

Deus nos amou desde a concepção da nossa natureza humana. Só por intermédio desse amor é que entendemos a verdadeira essência do Catolicismo, da Eucaristia e, até mesmo, do sacerdócio, por mais que não tenhamos a vocação necessária.

Infelizmente, viramos as costas para Deus simplesmente para buscar o amor efêmero, que reside neste mundo. Mas mesmo assim, Deus, incansável, não desiste de nós e manda o próprio Filho para nos salvar, nos tirar do pecado e renovar nossa fé.

Jesus enfrentou a humilhação durante a encarnação. Sofreu pelas blasfêmias, insultos e agressões. E Ele passou por tudo isso humildemente, sem contestar a vontade do Pai.

A Santa Missa e a absolvição dos pecados são as melhores dádivas que a Igreja pode nos oferecer. Por meio desses dois dons, podemos encontrar o próprio Deus vivo diante de nós, além de partilhar Sua Palavra e assimilar Seus ensinamentos.

Devemos ter todo o zelo com a Eucaristia, pois, muitas vezes, ao tentar agradar aos homens acabamos pecando contra tudo que Deus nos deixou.

Ninguém fica indiferente diante de Deus. Se fizermos isso diante dos Seus ensinamentos, estaremos renegando tudo o que Ele fez por nós. Somos católicos por inteiro ou de nada adianta fazer somente o que é conveniente para nós.

Quando o mundo começar a aplaudir a Igreja é sinal de que as coisas não estão acontecendo da forma que deveriam, e não estamos mais agradando a Deus. Nosso compromisso não é com os homens, mas sim com nosso Eterno Pai.

Pe. Demétrio.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Sobre o altar acontece a salvação...

O Papa Bento XVI, desde o tempo de cardeal, fala de uma reforma litúrgica. No Concílio Vaticano II, ele pediu uma certa reforma do missal, pois a forma pela qual celebramos a Santa Missa precisava ser adaptada para que o povo pudesse compreendê-la melhor.

Na celebração da Santa Missa, Deus é o centro de tudo. Assim, antes do Concílio, todas as pessoas olhavam para a mesma direção, inclusive o padre, de frente para Deus. O sacerdote, quando se sentava, ficava de lado no altar. O atual Papa começou a refletir, então, que o jeito de celebrar a Missa, hoje em dia, está colocando o padre no centro, em vez de colocar Deus. É por isso que, muitas vezes, alguns sacerdotes fazem Missas que são mais show do que adoração.

Na celebração da Eucaristia, Deus deve estar no centro. Para mostrar a necessidade de repensar sobre isso, Bento XVI, quando ainda era cardeal, começou um movimento litúrgico a fim de tentar colocar o Senhor no centro novamente. Ele sugeriu um passo pedagógico: colocar, no centro do altar, o crucifixo para que todos saibam que o padre está falando com Deus ao celebrar a Missa.

Meus irmãos, nós precisamos voltar a 'rezar Missa', pois, olhando para o Crucificado, estamos olhando para a imagem do Pai. Esta é a primeira pérola do Papa Bento XVI: a cruz no centro do altar.

Todos os movimentos profundos que aconteceram na Igreja precisaram tocar o povo, porque este precisa aprender que, no centro do altar, está Jesus Cristo. Precisamos de Missa que seja salvação, por meio da qual nos colocamos em profunda comunhão com o Senhor.

A segunda pérola do atual Sumo Pontífice é que, a partir do Corpus Christi de 2008, ele começou a dar comunhão aos fiéis na boca, pedindo a estes que se ajoelhassem.

Se lermos os documentos litúrgicos, descobriremos que a forma normal de receber a comunhão é na boca. O fiel fica de frente para o sacerdote, de mãos postas. O padre eleva a hóstia, o fiel diz 'amém' e abre a boca, colocando a língua levemente para fora e o padre deposita a sagrada comunhão na sua língua.

Ao longo dos séculos, a Igreja foi percebendo que, com a comunhão na mão, havia o perigo de que as partículas do Corpo de Cristo se perdessem. Por isso, a comunhão na boca deve ser preferida.

A lei litúrgica diz que os fiéis devem manifestar sua adoração com uma reverência. Então, as pessoas podem receber a comunhão de joelhos (isso já é uma adoração). No entanto, se estas têm problemas de saúde ou o pároco não aceita que os fiéis recebam a comunhão de joelhos, elas devem fazer a devida reverência, colocando o joelho direito próximo ao calcanhar esquerdo, com a postura ereta. Caso também não possam fazer essa genuflexão, façam uma inclinação profunda. Assim, recebem a comunhão adorando a Nosso Senhor. Essa é a tradição da Igreja, “porque não deve comer dessa carne quem não adorou primeiro” (Santo Agostinho).

Essa é a beleza de poder adorar a Deus, inclinar-se diante dEle. A Eucaristia é o dom mais precioso que recebemos do Senhor.

Pe. Paulo Ricardo

terça-feira, 19 de julho de 2011

O milagre da solidariedade...

'Nós cristãos temos a obrigação de ser exemplo aos demais...'

Durante toda nossa vida, fazemos repetidamente muitas coisas, que misturadas à mecanização daquilo que já estamos habituados a fazer, passam despercebidas.

Do nosso lado, há uma imensidão de pessoas sedentas de um olhar de cuidado, esquecidas nos leitos de hospitais, nos asilos ou nas cadeias; todas ansiando pelo milagre da presença de alguém, mesmo que seja de um estranho por breves minutos.

Embora se compreenda a eficácia de se viver em grupos, muitas vezes, na civilização moderna o que se constata é a uma maior intimidade com o comodismo e o individualismo e a menor disponibilidade para a solidariedade. Poucas pessoas desse universo estão dispostas a ser solidárias, especialmente com os desconhecidos, e a disponibilizar em favor do outro um pouco de seu tempo.

Quase sempre a falta de atenção para com o outro é camuflada sob a desculpa da pressa, a qual, muitas vezes, nem existe. Temos a impressão de que muitas pessoas, por vezes, preferem viver a independência, fechando-se para o outro, e com a rarefação dos bons propósitos, a caridade se torna um peso em vista da renúncia a algumas horas de lazer que precisariam fazer.

Dessa forma, a bondade apenas é aplicada àquelas pessoas que, de algum modo, lhes são convenientes ou que lhes podem retribuir algum favor prestado. E a fim de evitar um contato mais fraterno com aqueles que poderiam fazer o seu dia diferente fecham as portas para qualquer possibilidade de mudança.

Numa conhecida passagem bíblica, o milagre para um paralítico aconteceu quando alguns de seus amigos resolveram descê-lo, por um buraco aberto no telhado, junto a Jesus (cf. Lucas 5, 17-20). Muitos outros milagres poderão acontecer hoje ao minimizarmos a fome, o frio, a discriminação social, a inimizade, guerras e perseguições… Quando a virtude da solidariedade se tornar mais presente em nossa vida.

Rompendo com o individualismo, que ganha a cada dia mais espaço, devemos, como cristãos, acolher as exigências de algumas regras básicas, necessárias, já estabelecidas há mais de dois mil anos por Cristo para vivermos verdadeiramente como irmãos. Assim, o milagre da vida nova vai acontecer quando decidirmos ceder ou reavaliar aquilo que fixamos como ‘meu fundamento’, ‘minha verdade’ ‘meu jeito’, etc... Dessa forma, a luz do amor, que jamais acabará, vai dissipar as sombras que ofuscam o brilho de nossas almas que clamam viver em comunhão no mesmo amor.


Dado Moura

sábado, 16 de julho de 2011

O mais precioso perfume...

"Construirás um altar para queimares sobre ele o incenso", ordenou o Senhor a Moisés, na mesma ocasião em que lhe entregou as Tábuas da Lei. O próprio Deus indicou como deveria ser feita essa mistura de essências odoríferas."

Quem não se rejubila ao ver, nas solenidades litúrgicas, elevarem-se dos turíbulos aquelas ondas que impregnam de suave perfume todo o recinto sagrado? Perfeita imagem da oração que sobe como oblação de agradável odor até o trono de Deus, nas Sagradas Escrituras incenso e prece são apresentados como termos reversíveis um no outro: "Suba direita a minha oração como incenso na tua presença" (Sl 140, 2).

Na mesma linha, lê-se no livro do Apocalipse: "Depois veio outro anjo e parou diante do altar, tendo um turíbulo de ouro. Foram-lhe dados muitos perfumes, a fim de que oferecesse as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono de Deus" (8, 3-4).

Uma história de mais de três mil anos

A utilização dessa essência no culto divino provém de uma prescrição feita pelo Senhor a Moisés, na mesma ocasião em que Este lhe entregou, no Monte Sinai, as Tábuas da Lei. O próprio Deus lhe ditou como deveria ser feito:

"Toma aromas: estoraque, ônix, gálbano de bom cheiro, incenso lucidíssimo, tudo em peso igual. Farás um perfume composto segundo a arte de perfumador, manipulado com cuidado, puro e digníssimo de ser oferecido. E, quando tiveres reduzido tudo a um pó finíssimo, pô-lo-ás diante do tabernáculo do testemunho, no lugar em que eu te aparecer. Este perfume será para vós uma coisa santíssima" (Ex 30, 34-36).

Deus não deixa a menor dúvida de que essa essência odorífera deveria ser usada exclusivamente para o esplendor do culto divino: "Todo homem que fizer uma composição semelhante para gozar de seu cheiro, perecerá no meio do seu povo" (Ex 30,38).

Assim, obedecendo ao que Deus determinou a Moisés, o povo eleito queimou durante vários séculos, pela manhã e pela tarde, em homenagem ao Senhor um incenso de suave fragrância.

No Novo Testamento, ele surge já nos primeiros dias do Menino Jesus. Entrando os Reis Magos na casa onde estava Ele com sua Mãe, prostraram- se e O adoraram, em seguida abriram seus tesouros e lhe ofereceram ouro, incenso e mirra. "O incenso era para Deus, a mirra para o Homem e o ouro para o Rei", diz São Leão Magno (Sermão n. 31). Portanto, dos três dons oferecidos, o de maior valor simbólico era o incenso.

A serviço do esplendor da Liturgia

Devido ao fato de os povos pagãos costumarem queimar todo tipo de perfumes em seus cultos idolátricos, por cautela a Igreja demorou certo tempo em admitir seu uso nas cerimônias litúrgicas.

Logo, porém, que a Liturgia começou a se desenvolver, ele fez seu aparecimento. Assim, nas primeiras décadas do quarto século, o Imperador Constantino ofereceu à Basílica de Latrão dois incensórios, feitos de ouro puro, os quais provavelmente permaneciam fixos em seus lugares e eram usados para perfumar o lugar santo.

O Papa Sérgio I (687-701) mandou dependurar na igreja um grande incensador de ouro para que, "durante as Missas solenes, o incenso e o odor de suavidade se elevassem mais abundantemente para o Deus Onipotente".

Surgiu depois o turíbulo, mas, de início, sua utilização consistia apenas em ser levado pelo subdiácono à frente do cortejo litúrgico, perfumando o percurso do celebrante na entrada e na saída da Missa, e na procissão do Evangelho.

No correr do tempo, com o aperfeiçoamento das celebrações, instituiu-se a incensação no momento do Evangelho, depois no Ofertório e, por fim, no séc. XIII, na elevação da hóstia e do cálice.

Atualmente a incensação durante a Missa é facultativa, podendo ser feita durante a procissão de entrada, no início da Celebração, na proclamação do Evangelho, no Ofertório, e na elevação da hóstia e do cálice após a Consagração (cf. IGrMR, 235).

Efeitos e finalidades

O celebrante põe incenso no turíbulo e o benze com o sinal-da-cruz. Essa bênção faz dele um sacramental, isto é, um "sinal sagrado" mediante o qual, imitando de certo modo os sacramentos, "são significados principalmente efeitos espirituais que se alcançam por súplica da Igreja" (CIC nº 1166).

Um desses efeitos pode ser verificado no motivo da incensação do altar e das oferendas, na Missa. Incensa-se o altar para purificá-lo de qualquer ação diabólica, e as oferendas para torná-las dignas de serem usadas no Mistério Eucarístico.

O incenso é primordialmente um ato de homenagem a Deus, a Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como aos homens e objetos consagrados ao culto divino.

Segundo São Tomás de Aquino, a incensação tem duas finalidades. A primeira é fomentar o respeito ao sacramento da Eucaristia, já que ela serve para eliminar, com um perfume agradável, os maus odores que poderiam existir no lugar. A segunda, representar a graça, da qual, como um bom aroma, Cristo estava cheio.

Por fim, o carvão aceso no turíbulo e o perfume que se evola servem também para nos advertir que, se queremos ver nossas orações subirem assim até o trono de Deus, devemos nos esforçar para ter o coração ardente com o fogo da caridade e da devoção.


Revista Arautos do Evangelho, Junho/2005, n. 42, p. 36-37

terça-feira, 12 de julho de 2011

Escutar a palavra de Deus...

'A grande questão é saber discernir a voz de Deus...'

Na parábola do semeador Jesus mostrou como há diversas maneiras de se receber a Palavra de Deus, a qual Ele compara com uma semente. Segundo Santo Agostinho, "escutar a Palavra de Deus é como se alimentar de Cristo". Ele explica que há duas mesas na Igreja: a mesa da Eucaristia e a mesa da Palavra. Com isso ele patenteava que a Palavra de Deus é um alimento espiritual. Quem bem se nutria dessa refeição santificadora era a Santíssima Virgem Maria, a irmã de Marta e Lázaro, elogiada por Jesus pelo fato de O escutar atentamente, deixando todos os outros afazeres. Aliás, o próprio Cristo aconselharia: “Procurai, antes de tudo o reino de Deus e tudo mais vos será dado em acréscimo” (Mt 6,33).

Portanto, estar atento à Palavra constitui a melhor parte da vida do batizado. Ao deixar Deus entrar na mente pela Sua Palavra, meditando-a profundamente e fazendo dela a força e o sustentáculo de cada instante o cristão age menos pela emoção, mas solidificado em profundas raízes espirituais. Isso porque há então uma conexão admirável dos esforços humanos com o pensamento divino e se colhe um fruto tanto mais saboroso quanto maior for a docilidade em acatar as inspirações celestes advindas da Palavra.

A grande questão é saber discernir a voz de Deus da voz humana. Ele fala a cada um de maneira diferente. Faz ressoar a Sua Palavra por meio de outras pessoas; por meio dos acontecimentos tão repletos dos gestos divinos; das provações de cada hora; mas, sobretudo, é claro, pela Escritura Sagrada ouvida na Liturgia, que é o lugar privilegiado no qual Deus se faz ouvir; e, ainda, na conversa pessoal com Ele numa leitura bíblica individual.

Tanto isso é verdade que a mesma passagem da Bíblia cada vez que é refletida traz novas mensagens para a alma de acordo com suas necessidades naquele momento. O citado Santo Agostinho lia e relia muitas vezes certos trechos bíblicos para que pudesse entender o que Deus lhe queria comunicar.

Quem assim procede percebe a reciprocidade da parte do Espírito Santo que exige uma persistência em querer discernir Sua luz, que ilumina, guia e salva. Desenvolve-se, desta maneira, uma amizade pessoal com Deus, a capacidade de perceber as minúcias de Seus recados, que, muitas vezes, parecem interpelações que cumpre sejam analisadas. Elas dizem a respeito a nós mesmos, aos que estão em nosso derredor e à nossa relação com Ele.

Por tudo isso cumpre que se viva na presença de Deus Pai, que quer falar a cada um a cada instante num colóquio repleto de luzes, mas tantas vezes exigente, provocador, requerendo sempre um esforço maior em busca da própria santificação e da do próximo. Com efeito, o ato de escutar a Palavra que gera a fé é não só a escuta da palavra escrita, mas também a escuta da palavra interior pronunciada pelo Espírito Santo no íntimo da consciência.

Isto supõe evidentemente empenho existencial que envolva todas as potencialidades humanas, uma vez que o Todo-poderoso age em cada um e com cada um.

No Evangelho Cristo compara a Sua Palavra a uma semente que produz mais ou menos abundantemente de acordo com a qualidade do terreno. Esta Palavra, segundo a Carta aos Hebreus, é como a “espada de dois gumes” que “penetra até dividir alma e espírito, junturas e medulas. Ela julga as disposições e as intenções do coração” (Hb 4,12). Eis por que sempre que ouvida com humildade ela é transformante, operando uma cristificação radical, por isso é necessário sempre a atitude de Maria, que disse ao Anjo: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38).

O efeito da Palavra de Deus depende, assim, do empenho de cada um sempre aberto ao diálogo com o Criador. É preciso deixar que a Palavra se apodere inteiramente do coração que vai assim ao encontro com as Pessoas Divinas, ou seja, ao diálogo inefável da dileção profunda na qual se responde sinceramente a Deus, que fala e que exige uma atitude obediencial. Por este acatamento é que a alma se torna terra boa, produzindo fruto cem por um!

Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Vale a pena sonhar...

Não abra mão dos seus sonhos!

Era uma manhã de sábado enquanto caminhava pelo vilarejo do litoral baiano, uma paisagem, entre tantas, me chamou atenção: uma casinha com alpendres, varandas e muitas flores nativas, daquelas bem simples, que nascem e crescem sem exigir cuidados, com cores diversas e vibrantes, beleza simples e original.

Atraída pela beleza, aproximei-me da casa e, como não havia ninguém, fiquei bem à vontade para observar os detalhes. Em pouco tempo percebi uma placa pendurada no alto do portão central, onde estava escrito escrito: "Vendo, troco ou alugo. Faço qualquer negócio". Logo pensei no proprietário da casa. "Por que será que está tão decidido a se desfazer desta propriedade?"
A casa parecia bem planejada. Tinha detalhes de bom gosto, sinais de delicadeza. Deduzi que se o dono estava assim tão disposto a se desfazer dela, certamente seus sonhos teriam se perdido no tempo.

Já faz alguns anos que vivi este fato, mas até hoje penso no assunto. Dizem que sonhos não envelhecem, eu concordo. Aliás os sonhos nos mantêm vivos. "Quem deixou de sonhar já parou de viver...", diz o poeta.

Bom, se pudesse teria me arriscado a dizer ao proprietário daquela casa: "Não desista dos seus sonhos!". Ou diria ainda para ter calma antes de abrir mão de tudo. Na hora das decisões é sempre prudente ponderar entre o sentimento e a razão. Onde estarão os motivos que o levaram a construir uma casa tão bonita?

E quanto a você que agora lê meus escritos de um fim de tarde: Por onde andam seus sonhos? Quer falar sobre isso? Pode ser que, por algum motivo, também tenha colocado uma "placa de venda" neles, abrindo mão deles. Ou pode ser também que não tenha se desfeito da "casinha", mas vive nela por viver... Por alguma razão, tenha perdido o entusiasmo e o encanto pela vida. Neste caso, o pior é que todas as vezes em que pensa nos detalhes de seus sonhos é como se tocasse em feridas da alma, o coração aperta e dói. Eu sei, não é fácil, mas é possível superar esse sentimento, com a graça de Deus! Eu sou testemunha disso.

Vou mais além: será que nos "vilarejos" de sua história há algum sinal de desistência? Pensar em seus sonhos de criança lhe causa alegria ou tristeza? Seja como for, convido-o a valorizar seus sonhos. Eles são seus e isso os torna preciosos, exclusivos e muito valiosos.

É certo que existem sonhos em nossa vida que, por diversas circunstâncias, não foram nem serão realizados. Aí precisamos encontrar em Deus uma maneira de enfrentar a realidade sem nos deixar contagiar pela decepção. Uma maneira de lidar com situações assim é fazer, por exemplo, a leitura dos acontecimentos valorizando o que existe de bom em nossa história, de forma a permitir que Deus cure o que sobrou da dor.

Recordo-me de um sonho que tinha quando era crainça. Por admirar a relação dos meus pais e sabendo que eles sempre foram pobres, pensava em fazer uma festa bonita na comemoração dos seus cinquenta anos de casados. So que isso não aconteceu. Quando faltavam apenas dois anos para o acontecimento o meu pai faleceu. Lembro-me de que quando voltamos do velório, fomos rever algumas fotos e minha mãe mostrou-me uma que eu havia guardado para fazer o convite das bodas, ela sabia desse meu desejo e partilhou comigo, em lágrimas, a sua dor. Senti naquela hora que não seria possível realizar o sonho que eu havia alimentado havia tanto tempo e a dor da perda do meu pai se misturava com mais essa perda. Pode parecer uma coisa simples, mas para quem a vive não o é.

No meu caso, precisei entregar a situação a Jesus e pedir-Lhe várias vezes que curasse meu coração, pois todas as vezes em que ouvia falar em "bodas de ouro" sentia tristeza e lembrava meu sonho desfeito. Hoje graças a Deus, já superei isso. Deus foi mostrando-me as inúmeras graças de ter uma família como tenho e a presença do meu pai por tanto tempo em meio a nós. E fez-me perceber que muito mais valia isso do que fazer uma festa bonita sem ter o que realmente celebrar. Lembro-me ainda de muitos outros sonhos de criança, alguns que ainda busco realizar, outros que já realizei e sou grata. Por exemplo, eu sonhava, desde pequena, em me casar às 18 horas e entrar na igreja ao som da Ave-Maria com um buquê de flores e um terço na mão, seria uma homenagem a Nossa Senhora. Casei no ano passado e Deus providenciou tudo para que fosse assim e foi lindo!

Quando vejo as fotos e penso naquele dia fico contente por ter realizado mais um sonho, e por aí vai... A vida segue seu rumo e precisamos seguir o nosso também. Certamente na sua vida não é diferente, imagino que você possua sonhos que já tenha conseguido realizar e outros, não. Mas se entre os sonhos que não realizamos existem tantos outros que conseguimos realizar, por que pararmos na dor?

Por outro lado, quando falamos de sonhos possíveis de realizar, é preciso acreditar e lutar por eles com tudo que temos, sem desistir até o último instante. Por isso, hoje, não permita que situações ou pessoas roubem sua vontade de sonhar. Jesus Cristo foi um grande sonhador. Ele sempre falou de sonhos e nunca deixou de encarar Sua realidade humana e divina. Seu exemplo e Sua vitória nos contagiam e nos chamam a segui-Lo confiantes, buscando a cada dia fazermos a nossa parte. Sonhos não viram realidade num toque de mágica, a alegria da vitória passa pela luta de cada dia. Coragem!

Talvez, hoje, seja um ótimo dia para você voltar aos "vilarejos" de sua história, tirar as "placas" que denunciam desistência e voltar a sonhar, tomar posse do que já é seu. Não abra mão dos seus sonhos!

Se você não realizou seus sonhos, entregue-os a Deus, não deixe que a lembrança deles lhe roube a alegria. E os que foram realizados, considere-os como sinais de que é possível ir mais longe quando acreditamos e não paramos nas barreiras. Elas existem para ser superadas.

Estamos juntos! Rezo por você. Seus sonhos podem se tornar realidade se você acreditar. Vale a pena sonhar!

Dijanira Silva

terça-feira, 5 de julho de 2011

Parabéns Dizimistas...

A Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus se alegra em celebrar o aniversário dos dizimistas do mês de julho:

03/07 Ana Maria Geciane Sammarco
05/07 Elizabete Cleusa Castro Stocco
06/07 Neide Martins Pereira
07/07 Belmon Alcantara da Silva
08/07 Nildete Alves Nascimento
15/07 José Ribeiro Mendes
17/07 Maria Eunice O. R. S. Alves
17/07 Marilene de Souza Brito Miranda
19/07 Maria Marlene de Freitas Renesto
21/07 Maria Aparecida Oliveira dos Santos
23/07 Leonor Trestin Pasquali
26/07 Laide Almeida de Souza Silva
30/07 Jessica Jovani Sani

Que Deus em sua infinita misericórdia derrame sobre todos vós sua benção, que Nossa Senhora nossa mãe interceda sempre por vós, que São Miguel Arcanjo vos guarde e defenda e que Santa Teresinha derrame sobre vossas vidas e famílias uma chuva de rosas de bençãos do céu.

domingo, 3 de julho de 2011

Jornada mundial de oração pelos sacerdotes...

“Senhor Tu sabes tudo, Tu sabes que Te amo!”

Há 16 anos, precisamente aos 25 de março de 1995, o hoje Beato João Paulo II acolheu a proposta da Congregação para o clero de se celebrar a cada ano a Jornada mundial de oração pela santificação dos sacerdotes, por ocasião da solenidade do Sagrado Coração de Jesus.

Neste ano essa celebração se revestiu de um significado todo especial, pois, celebramos os 60 anos de ordenação sacerdotal do Papa Bento XVI, ordenado padre aos 29 de junho de 1951.

O clero da Diocese de São Miguel Paulista celebrou esta jornada com celebração eucarística presidida pelo bispo diocesano, Dom Manuel Parrado Carral, no Santuário Eucarístico Nossa Senhora da Penha, encerrando com um almoço de confraternização.

Na homilia, Dom Manuel, entre outros aspectos, lembrou que cada sacerdote é um dom de Deus à Igreja, um bem para sua vida e para sua missão. Portanto, a Igreja é chamada a proteger este dom, a estimá-lo e amá-lo.

Exortou os padres a rezar pelo Papa Bento XVI para que o Senhor o conforte, o fortaleça e o sustente no exercício de seu ministério petrino promovendo a unidade, a paz e a concórdia na Igreja, para que ela seja um sinal no mundo de hoje.

sábado, 2 de julho de 2011

Pedro e Paulo, discípulos e missionários de Jesus Cristo.

Em vários países, o dia 29 de junho é dia santo de guarda e feriado; no Brasil, há muitos anos, a festa de São Pedro e São Paulo é comemorada liturgicamente no domingo seguinte. Não deixa de ser significativo, pois é o “dia do Senhor ressuscitado” e os apóstolos foram testemunhas qualificadas da ressurreição de Jesus Cristo; domingo também é dia de ouvir a Palavra de Deus e de celebrar a Eucaristia, transmitidas a nós pelos apóstolos, e de professar a fé que nos reúne na mesma Igreja fundada sobre o testemunho apostólico.

Cada um deles, do seu modo, deu seu testemunho por Jesus Cristo pela pregação e pelo martírio: Pedro representa a ligação da comunidade cristã com a herança espiritual do Judaísmo; Paulo, a orientação universal do Evangelho e da ação missionária da Igreja. Ambos são considerados fundadores da Igreja de Roma, conhecida como “sede de Pedro”; não é menos, ela também é a “sede de Paulo”, que ali também derramou seu sangue por Jesus. No próximo dia 28 de junho, o Papa Bento XVI abre em Roma o “ano paulino”, dedicado a São Paulo; segundo os estudiosos, o grande Apóstolo dos povos teria nascido ente os anos 6 e 10 da era cristã.

Todos os anos, na solenidade de São Pedro e São Paulo, durante uma cerimônia singela, o Papa entrega o pálio aos novos arcebispos metropolitas, nomeados depois de 29 de junho do ano precedente. O pálio é uma peça da indumentária litúrgica usada pelos arcebispos durante as celebrações nas suas próprias sedes episcopais e simboliza a especial vinculação deles com o Sucessor de São Pedro e com a inteira Igreja fundada sobre a “rocha” de Pedro. Para destacar ainda mais esse significado, os pálios, antes de serem entregues, ficam depositados sobre o túmulo de São Pedro, na cripta da basílica vaticana.

A festa de São Pedro e São Paulo também é o Dia do Papa, para a especial oração pelo Sucessor de Pedro, que tem a missão de “confirmar os irmãos na fé (cf Lc 22,32) e de ser a referência visível da unidade de toda a Igreja de Cristo. Recordamos, com alegria e gratidão, a recente visita de Bento XVI em São Paulo, que foi uma bênção para São Paulo e para o Brasil. Sabemos quanto é grande e difícil a sua missão diante da Igreja e de toda a imensa família humana; por isso, seguindo o exemplo da primeira comunidade eclesial em Jerusalém, também nós “oremos continuamente por ele” (cf At 12,5).

Na comemoração dos apóstolos Pedro e Paulo, desde antiga tradição, realiza-se em todo o mundo católico a coleta chamada “do óbolo de São Pedro”; os filhos da Igreja são convidados a fazer uma generosa oferta destinada a apoiar a caridade da Igreja, feita através do Papa, em todo o mundo. Trata-se de uma das 3 coletas anuais para as necessidades e iniciativas universais da evangelização. Com o seu fruto, o Papa pode manifestar a solidariedade concreta da Igreja em muitas situações de sofrimento e promover a evangelização em lugares onde a presença da Igreja ainda é frágil, ou mesmo inexistente.

Os apóstolos Pedro e Paulo têm um significado muito especial para nós, pois seu papel foi determinante na difusão do Evangelho e na configuração da Igreja nascente e do próprio Cristianismo. É sempre bom lembrar que o Evangelho de Jesus chegou até nós pela pregação e o testemunho dos apóstolos; por isso, a Igreja os tem em grande consideração e, ao longo da história, sempre mediu a autenticidade da própria fé e do seu ensinamento na “tradição apostólica”, ou seja, naquilo que foi transmitido pelos apóstolos.

Não por nada, nossa Igreja é “católica e apostólica”, pois ela foi edificada sobre o ensinamento dos apóstolos e manteve, de maneira nunca interrompida, sua fidelidade à fé por eles transmitida. Somos parte desse imenso povo que crê em Jesus Cristo, com os apóstolos, e como eles creram. Isso nos alegra e também é motivo de firmeza para nossa fé e adesão à Igreja Católica. Ao mesmo tempo, compromete-nos a revigorar nossa vida cristã, sempre de novo, no testemunho apostólico para realizarmos hoje a missão Jesus confiou a eles e também a nós. Como eles, também nós somos convidados a ser ardorosos discípulos e missionários de Jesus Cristo.

Dom Odilo Pedro Scherer

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Sagrado Coração de Jesus...



A sexta-feira seguinte ao segundo domingo depois de Pentecostes a Igreja Católica celebra a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Além da celebração litúrgica, muitas outras expressões de piedade têm por objeto o Coração de Cristo. Não tem dúvida de que a devoção ao Coração do Salvador tem sido, e continua a ser, uma das expressões mais difundidas e amadas da piedade eclesiástica. Entendida à luz da Sagrada Escritura, a expressão “Coração de Cristo” designa o mesmo mistério de Cristo, a totalidade do seu ser, a sua pessoa considerada no seu núcleo mais íntimo e essencial.

Como o têm lembrado frequentemente os Romanos Pontífices, a devoção ao Coração de Cristo tem um sólido fundamento na Escritura. Jesus apresenta-se a si mesmo como mestre “manso e humilde de Coração” (Mt. 11, 29). Pode dizer-se que a devoção ao Coração de Jesus é a tradução em termos cultuais do reparo que, segundo as palavras proféticas e evangélicas, todas as gerações cristãs voltaram para aquele que foi atravessado (cfr. Jo. 19, 27; Zc. 12, 10), isto é, o costado de Cristo atravessado pela lança, do qual brotou sangue e água, símbolo do “sacramento admirável de toda a Igreja”.

O texto de São João que narra a ostentação das mãos e do costado de Cristo aos discípulos (Cfr. Jo. 20, 20) e o convite dirigido por Cristo a Tomás para que estendesse a sua mão e a introduzisse no seu costado (Cfr. Jo, 20 27), tiveram também um influxo notável na origem e no desenvolvimento da piedade eclesiástica ao Sagrado Coração.

Estes textos, e outros foram objeto de assídua meditação por parte dos Santos Padres que desvendaram as riquezas doutrinais e com frequência convidaram aos fiéis a penetrar no mistério de Cristo pela porta aberta de seu costado. Assim, santo Agostinho diz: “A entrada é acessível: Cristo é a porta. Também se abriu para ti quando o seu costado foi aberto pela lança. Lembra o que dali saiu; portanto olha por onde podes entrar. Do costado do Senhor pendurado que morria na Cruz saiu sangue e água quando foi aberto pela lança. Na água está a tua purificação, no sangue a tua redenção.”

A Idade Média foi uma época especialmente fecunda para o desenvolvimento da devoção ao Coração do Salvador. Homens insignes pela sua doutrina e santidade, como São Bernardo (+1153), São Boaventura (+1274), Santa Lutgarda (+1246), Santa Matilde de Magdeburgo (+1282), as Santas Irmãs Matilde (+1299) e Gertrudes (+1302), Ludolfo de Saxónia (+1378) e Santa Catarina de Siena (+1380) aprofundaram o mistério do Coração de Cristo no qual percebiam o “refúgio” aonde acolher-se.

Na época moderna o culto ao Sagrado Coração do Salvador teve novo desenvolvimento. No momento em que o jansenismo proclamava os rigores da justiça divina, a devoção ao Coração de Cristo foi um antídoto para suscitar nos fiéis o amor ao Senhor e a confiança na sua infinita misericórdia, da qual o Coração é prenda e símbolo. São Francisco de Sales (+1622), que adotou como norma de vida e apostolado a atitude fundamental do Coração de Cristo, ou seja, a humildade, a mansidão, (Cfr. Mt. 11, 29), o amor terno e misericordioso; Santa Margarida Maria Alacoque (+1690), a quem o Senhor mostrou repetidas vezes as riquezas do Seu Coração; São João Eudes (+1680), promotor do culto litúrgico ao Sagrado Coração; São Cláudio de la Colombière (+1682), São João Bosco (+1888) e outros santos têm sido apóstolos insignes da devoção ao Sagrado Coração.

As formas de devoção ao Coração do Salvador são muito numerosas; algumas têm sido explicitamente aprovadas e recomendadas pela Santa Sé. Entre elas devem ser lembradas: a Consagração pessoal, que, segundo Pio XI, “entre todas as práticas do culto ao Sagrado Coração é sem dúvida a principal”; a Consagração da família; as Ladainhas do Sagrado Coração de Jesus; o Ato de Reparação; e a prática das Nove Primeiras Sextas-feiras.

É preciso, porém, que se instrua de maneira conveniente os fiéis: sobre o fato de que não se deve pôr nesta prática uma confiança que se converta em vã credulidade que, na ordem da salvação, anule as exigências absolutamente necessárias de Fé operante e do propósito de levar uma vida conforme ao Evangelho; sobre o valor absolutamente principal do domingo, a “festa primordial”, que deve caracterizar-se pela plena participação dos fiéis na celebração eucarística.

Canção Nova.