sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ano novo, coração novo...

"Um coração envelhecido é aquele que desistiu de amar..."

Estamos acostumados aos rituais, às comemorações, às celebrações. Quando um ano se encerra e outro se inicia, celebramos o Dia da Paz, a confraternização entre os povos. Quando um novo ciclo se inicia, somos convidados a renovar algo em nós. Quem sabe, neste novo ano, possamos ter um coração novo.

O coração é a metáfora dos sentimentos, das intenções. Um coração envelhecido é aquele que desistiu de amar, que não acredita na humanidade e que, consequentemente, se fecha. E é, por isso, solitário. A solidão pela ausência do amor envelhece o coração.
As desculpas para um coração envelhecido recaem nas decepções com as pessoas que amamos.

Reclamamos dos erros dos outros, lamentamos as atitudes incorretas de nossos irmãos e, assim, optamos pelo fechamento. Vivemos condenando nossa triste situação. Pais, filhos, amigos, parece que não há ninguém de valor a nosso lado. Pensamos como seria bom se eles mudassem, se eles melhorassem.

No ano que passou, vivi momentos de muita emoção. Um deles ao lado de meu querido irmão Dunga. Eu fazia uma pregação em um grupo de oração em Presidente Prudente (SP). Enquanto isso, ele compunha o refrão de uma música. A reflexão era sobre as mudanças que temos de fazer para que nosso irmão seja mais feliz. E o refrão diz exatamente isto: "Quem tem que mudar sou eu, para que você seja mais feliz".

Eu escrevi o restante da música que fala em aprendizado, em perdão, em saber ouvir, em lembrar que não há ninguém perfeito. E que talvez precisemos do tempo da boa ingenuidade de volta, do sorriso leve, dos sonhos dos primeiros encontros.

O tempo pode ser uma boa escola. Ele nos ensina a tolerância, o respeito às limitações do outro e às nossas próprias limitações, a bondade no julgar. É uma lição de vida a reflexão de Madre Teresa de Calcutá: "Quem julga as pessoas, não tem tempo para amá-las".

Às vezes, os pais exigem dos filhos algo que não podem dar. O inverso é verdadeiro. E na relação entre o casal também. Cada ser é único. E talvez grande parte dos erros não sejam intencionais.

Meu irmão, não espere que o outro mude. Mude você. Diga à pessoa que você ama: "Quem tem que mudar sou eu, para que você seja mais feliz". E, se precisar, complete com o pensamento de Madre Teresa: Não vou perder tempo julgando, quero gastar esse tempo amando.

E é esse o convite para o novo ano. A consciência de que a sua família será melhor se você for melhor. Que o seu trabalho será melhor se você for melhor. Que o mundo, esse grande coração que pulsa, será renovado se o seu coração for renovado.

Feliz ano novo, feliz coração novo.

Gabriel Chalita

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vamos fechar para "balanço"?

Estes são os ultimos dias do ano, nossa como passou rápido, tantas coisas eu vivi em um ano só, mudanças, perdas, soluções, sofrimentos e muitas alegrias. Por isso, eu preciso parar para fazer um “balanço” da minha vida em geral, para entrar no ano novo com cara nova, com novas expectativas e metas e é claro, sem carregar fartos do ano velho para o ano novo. É exatamente essa idéia, como fazem as grandes lojas e o comércio em geral, eu vou fechar para balanço. Vou fazer uma revisão de vida, repensar as coisas e como tenho agido e vivido a minha vida. Estes passos nos ajudarão a fazer este “balanço” da melhor maneira possível, que eu possa aproveitar para rever todas as áreas da minha vida, espiritual, física, familiar e trabalho, tempo…

1°- Leitura bíblica: Lucas 19,1-10 Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade. Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos recebedores de impostos. Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era de baixa estatura. Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por ali. Chegando Jesus àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa. Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente. Vendo isto, todos murmuravam e diziam: Ele vai hospedar-se em casa de um pecador… Zaqueu, entretanto, de pé diante do Senhor, disse-lhe: “Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém, restituirei o quádruplo”. Disse-lhe Jesus: “Hoje entrou a salvação nesta casa”, porquanto também este é filho de Abraão. Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.

2°- A Vontade de Deus era se encontrar com Zaqueu, por isso, Jesus entrou em Jericó. É Vontade de Deus encontrar-se com você! Separe um tempo para este encontro e dê prioridade como você daria a um compromisso de trabalho.

3º- Zaqueu desejava conhecer e ver Jesus, seu esforço de correr e subir em uma árvore, vencendo as suas limitações provou o seu desejo de mudança, de CONVERSÃO!

4°- Acolher Jesus em sua casa, com o coração aberto como estava levou-o a conversão e a fazer uma revisão de vida: faça uma revisão de suas metas e compromissos vividos ou não neste ano que está chegando ao fim, seja sincero e reconheça suas vitórias e fracassos;

5°- Reconheceu o que estava errado e corrigiu o seu erro, é preciso reconhecer os erros e pecados e corrigi-los, VIDA NOVA: rafaça as suas metas, isso é nuito importante. Comece com as mais simples, aquelas que dependem só de você, depois faça os compromissos e as metas mais dificeis, que precisará de muita disciplina e ajuda para consegui-las.

O ato do Mestre sensibilizou Zaqueu e Jesus não precisou dizer-lhe nada, bastou a Sua presença, Seu amor e a salvação entraram naquela vida. O que você precisa fazer, é receber Jesus em sua casa e deixar que Ele faça em você, que o Espírito Santo revele ao seu coração o que precisa mudar, refazer, corrigir. Não carregue entulhos para o ano que vem, perdoe e peça perdão, resolva, corra atrás, tenha coragem de jogar fora, de dar, de se desfazer. Depois disso faça uma boa confissão e a vida Nova irá encher seu coração.

“Em Cristo somos mais que vencedores”!!! Clique em comentários e deixe sue recado.

Cante os louvores do Senhor com a sua vida. Deus abençoe o seu “balanço”, ou melhor retiro.

Conte sempre com as minhas orações, Feliz e abençoado 2011!

Padre Luizinho,
Com. Canção Nova.

O Bem Absoluto...

"Conhecer e viver a vontade de Deus para si..."

A criatura humana tem em si a capacidade de reconhecer o Bem Absoluto, que é Deus, como um bem, mas, muitas vezes, não reconhece os bens relativos ou terrenos nos seus aspectos positivos e negativos. Quando se torna escravo da liberdade anticristã, o homem se esquece de que estes bens são atraentes sob alguns aspectos, mas todos são insuficientes para saciar a necessidade que temos do Bem Infinito, que é Deus.

E, quando o homem não reconhece a transitoriedade dos bens terrenos, torna-se escravo do própria natureza, rebaixando-se a si mesmo, sem conseguir vislumbrar a quão alta vida Deus o chamou. Condicionado por fatores internos, como traumas, enfermidades, complexos, ou por fatores externos como a propaganda, por exemplo, ele pode, de certa forma, diminuir ou até extinguir sua própria liberdade de arbítrio, enquanto pensa que está caminhando para a liberdade, está em plena escravidão de si e das ideias deste mundo, rumo à autodestruição.

Infelizmente, muitos fazem depender sua escolha dos costumes, das circunstâncias que estão atravessando ou das opiniões das pessoas com quem convivem. Estes fatores, embora não tirem a liberdade de escolha do homem, restringem a capacidade de reconhecer o que é realmente bom. Outros se tornam escravos da própria razão, deixando de se abrir à novidade do CHAMADO PESSOAL de Deus para si. Há ainda os que fazem suas opções seguindo seus sentidos superficiais (estéticos, afetivos, ideológicos, etc.), esquecidos de que a felicidade do homem não está condicionada a estes valores efêmeros, como toda realidade visível, mas na realização do fim supremo para o qual veio ao mundo.

Se tivesse se deixado aprisionar por sua própria natureza, pelos costumes ou pela lógica, o Profeta Abraão jamais teria deixado sua terra, seu povo e encontrado a plenitude de sua vida. Assim também os outros Profetas, Juízes, Reis, Nossa Senhora, os Apóstolos, Paulo e todo o povo das Sagradas Escrituras resumiriam sua existência à do Jovem Rico da Bíblia, que não quis conhecer e viver a vontade de Deus para si.

O ser humano foi feito para ultrapassar a si mesmo, sua natureza, seus sentimentos, e sua razão em busca de Deus. Quem sufoca em si ou nos outros essa tendência, de alguma forma, mutila a natureza humana.

Comunidade Nova Vida

sábado, 25 de dezembro de 2010

O Natal do Senhor é o Natal da paz...


"Todo homem que acredita em Cristo é regenerado..."


Enquanto adoramos o nascimento de Nosso Salvador, celebramos também o nosso nascimento. Efetivamente, a geração de Cristo é a origem do povo cristão, o Natal da Cabeça é também o Natal do Corpo. Embora cada um tenha sido chamado num momento determinado para fazer parte do povo do Senhor, e todos os filhos da Igreja sejam diversos na sucessão dos tempos, a totalidade dos fiéis, saída da fonte batismal, crucificada com Cristo na Sua Paixão, ressuscitada na Sua Ressurreição e colocada à direita do Pai na sua Ascensão, também nasceu com ele neste Natal.

Todo homem que, em qualquer parte do mundo, acredita e é regenerado em Cristo, liberta-se do vínculo do pecado original e, renascendo, torna-se um homem novo. Já não pertence à descendência de seu pai segundo a carne, mas à linhagem do Salvador, que se fez Filho do homem para que nós pudéssemos ser filhos de Deus. Se Ele tivesse descido até nós na humanidade da natureza humana, ninguém poderia, por seus próprios méritos, chegar até Ele.

Por isso, a grandeza desse dom exige de nós uma reverência digna de seu valor. Pois, como nos ensina o apóstolo Paulo, nós não recebemos o espírito do mundo, mas recebemos o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos os dons da graça que Deus nos concedeu (cf. I Cor 2,12). O único modo de honrar dignamente o Senhor é oferecendo-Lhe o que Ele mesmo nos deu.

Ora, no tesouro das liberalidades de Deus, o que podemos encontrar de mais próprio para celebrar esta festa do que a paz, anunciada pelo canto dos anjos em primeiro lugar no nascimento do Senhor? É a paz que gera os filhos de Deus e alimenta o amor; ela é a mãe da unidade, o repouso dos bem-aventurados e a morada da eternidade; sua função própria e seu benefício especial é unir a Deus os que ela separa do mundo.

Assim, aqueles que não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas do próprio Deus (cf. Jo 1,13), ofereçam ao Pai a concórdia dos filhos que amam a paz, e todos os membros da família adotiva de Deus se encontrem n'Aquele que é o Primogênito da nova criação, que não veio para fazer a Sua vontade d'Aquele que O enviou. Pois a graça do Pai não adotou como herdeiros pessoas que vivem separadas pela discórdia ou oposição, mas unidas nos mesmos sentimentos e no mesmo amor. É preciso que tenham um coração unânime os que foram recriados segundo a mesma imagem.

O Natal do Senhor é o Natal da paz. Como diz o apóstolo dos gentios, Cristo é a nossa paz, Ele que de dois povos fez um só (cf. Ef 2,14); judeus ou gentios, em um só Espírito, temos acesso junto ao Pai (cf. Ef 2,18).

Felipe Aquino

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Preparar a festa...

"A cena do presépio mostra a paz entre o homem e a natureza..."

A Igreja prepara os fiéis para celebrar o Natal do Senhor, abrindo-lhes os corações para entenderem o dinamismo da presença de Jesus Cristo em suas vidas. De fato, nossa prática religiosa não é estática, mas provocadora de atitudes que efetivamente modificam a realidade. Desejamos chegar melhores ao Natal que se aproxima e não nos conformamos em ser meros espectadores do acontecimento da Encarnação do Verbo de Deus. A cena do Natal é riquíssima em detalhes e pedimos a Virgem Maria que nos conduza pela mão, diante do grande painel pintado pela Trindade Santa.

A primeira cena é tão comum como extraordinária, o nascimento de uma criança. A Liturgia do quarto domingo do Advento faz ouvir Isaías (7, 10-14): "Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel". A Carta aos Romanos (1, 1-7) apresenta Jesus Cristo, Filho de Deus, "descendente de Davi segundo a carne" e o evangelista São Mateus conta como foi a "origem de Jesus Cristo". Deus quis percorrer o caminho da família humana, com todas as suas alegrias e vicissitudes. Deus quis sentir fome e frio, acolheu abraço e carinho de pai e mãe, foi peregrino e exilado, trabalhou com mãos de carpinteiro, alegrou-se com o dia a dia de Nazaré. Que nenhuma vida humana seja desprezada e maternidade e paternidade sejam de novo valorizadas!

A cena do presépio é descrita de forma a mostrar realizada a paz entre a humanidade e a natureza. Quantas pessoas já encenaram o Natal e ficaram contentíssimas até em serem a vaca ou o burrinho, presentes no divino estábulo da noite santa ou, quem sabe, entrar com uma fantasia de estrela falante! Mas todos querem entrar! Teatro muito parecido com a vida! Neste Natal, ninguém se envergonhe das emoções tanto ancestrais quanto verdadeiras. É tempo, sim, de gostar de ter pai e mãe, irmãos, gerações diversas em torno da mesa, histórias de família, ternura e carinho.

As narrativas evangélicas do nascimento de Jesus põem em relevo figuras simpáticas, os pastores de Belém. Neles, três atitudes são ressaltadas. De um lado, acolheram com alegria o anúncio, lá mesmo onde se encontravam, em seu trabalho cotidiano. Depois foram conferir de perto, saindo da rotina para maravilhar-se ao encontrar, com olhos novos, um Menino e Sua Mãe. Dali saíram, primeiros evangelizadores, espalhando a notícia, que era grande alegria para todo o povo. Natal se experimenta e se conta aos outros! A nós a mesma tarefa de acolher boas notícias, vivê-las em primeira pessoa e comunicá-las aos outros!

A delicadeza dos detalhes chega aos homens vindos de fora e de longe, que trazem o melhor que possuem, dando ao rei o ouro, a Deus o incenso e a mirra Àquele que passaria pelos vales da sombra da morte. Tem gente chegando neste Natal! Do longe-perto de nossa vida, há crianças, jovens e adultos que, neste ano, pela primeira vez tomam conhecimento do que ocorre.

Por causa dos magos vindos a Belém de Judá, até hoje trocamos presentes no Natal de Belém do Pará, como em todo o mundo. Que possamos colher as lições do Natal para sermos mais fraternos e solidários. Estes são os meus votos, destinados a todos os homens e mulheres, chamados por Deus a glorificá-Lo nas alturas do Céu, para que, na terra, amados por Ele e repletos de boa vontade, sejam felizes!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sacramento da Confirmação...


"Recebe, por este sinal, o Espírito Santo, o dom de Deus."


É com grande alegria que a Comunidade Santa Teresinha do Menino Jesus comunica a todos sobre a Celebração da Confirmação que ocorreu no dia 12/12 às 18:00h. A celebração foi presidida pelo Monsenhor Carlos de Souza Calazans e concelebrada por Pe. Edmilson Dias e Pe. Paulo César Gurgel Lima.

Os crismandos foram:

Ana Paula
Talita
Willian
Jessica
Thais
Lilian
José Alfredo
Maria Del Rosario
Maria Calixta
Daniella
Melissa
Carolina
Maria de Fatima
Alexandre
Tamires
Jurandir
Cristinane
Maria Marlene
Amanda
Josilda
Joice

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal da CNBB...

“E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós” (Jo 1,14)

Aproximando-se a festa do nascimento de Jesus Cristo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) dirige-se ao povo brasileiro para desejar que as bênçãos de Deus sejam derramadas abundantemente no coração de todos.

A contemplação e celebração do nascimento de Jesus fortalecem a fé em Deus que vem até nós e que nos oferece a possibilidade do encontro com seu Filho. Ele é o caminho para que em nossas famílias, nas comunidades e na sociedade vivamos o amor, a reconciliação e a paz.

Mesmo sabendo que o nosso país tem mostrado sinais de progresso econômico, persistem, ainda, em nosso meio situações de miséria e de empobrecimento, de fome, de violência organizada, de degradação do meio ambiente, dentre outras realidades que ameaçam a vida e geram insegurança nas mais variadas formas. Essa realidade é fruto do individualismo e do egoísmo que orientam a organização da sociedade atual na lógica da concentração de bens e riquezas e da exclusão social.

O Natal lança luzes e questionamentos sobre o nosso modo de ser e de viver o Evangelho em meio às realidades que interpelam a nossa consciência e prática cristãs e eclesiais. Jesus Cristo, que assumiu a humanidade com suas fragilidades, limites e pecados e a redimiu, nos convida a seguir os seus passos. A exemplo de Cristo, a Igreja no Brasil assume as angústias e tristezas do povo brasileiro, bem como suas esperanças, a fim de que, animada pelo Espírito, possa realizar sua missão no horizonte da gratuidade, da solidariedade e da alegria.

Celebremos o Natal com gestos de partilha, proclamando a presença de Jesus Salvador, reconhecendo e afirmando o valor da dignidade da pessoa, participando da vida da comunidade e comprometendo-nos com a construção de uma sociedade pacífica e sem exclusões. Desse modo, estaremos respondendo melhor ao amor de Deus presente no Verbo que se fez carne e habita entre nós, fortalecendo nossas esperanças para o Ano Novo.

A todos, desejamos um feliz e santo Natal e um abençoado Ano Novo.

Brasília, 1º de dezembro de 2010.

Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus
Vice-presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro
Secretário Geral da CNBB

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A felicidade que se busca no Natal...

"Presente algum poderá eliminar o vazio de nosso coração..."

É praticamente impossível não deixar de perceber que o Natal está chegando. As casas ganham uma ornamentação especial, árvores são iluminadas, jardins decorados e o comércio se movimenta traçando estratégias para melhores faturamentos. As pessoas se mobilizam de tal maneira que nenhuma outra celebração do ano parece igual. Os mais desavisados podem pensar que dezembro é o mês das festas. O comércio se desdobra em turnos de trabalho, promovendo competições, distribuindo prêmios por meio de sorteios, entre muitas outras ações.

Nas empresas, colaboradores brindam a chegada de mais um Natal, com festas, brincadeiras e troca de presentes... Toda essa movimentação parece revigorar nas pessoas a força de encontrar um sentido para suas vidas que, por muitas vezes, não passam de dias rotineiros, repletos de superficialidades, os quais se repetem por anos a fio.

Não é raro nós vermos pessoas reclamando ou tristes exatamente na noite em que a humanidade se rejubila com a graça que Deus dispensou à humanidade. Talvez, essas pessoas esperassem viver – na atitude de presentear e de serem presenteadas – o verdadeiro significado dos votos de felicidade expressos nos cartões ou nas frases, muitas vezes, repetidas quase que automaticamente. Para outras, os votos de felicidades são traduzidos na esperança de gozarem de muita saúde e muito dinheiro para realizar todos os sonhos de consumo.

Infelizmente, devido à necessidade de se alcançar a alegria vendida pelo mundo, muitos de nós mal nós damos conta da grandeza da oferta concedida por Deus a cada um de nós neste tempo. A felicidade que se busca não está contida num pacote ou, simplesmente, nos votos de dias sem preocupações, crises ou sofrimentos. Sabemos que presente algum poderá eliminar o vazio de nosso coração ou tirar a inquietude de nossa alma com as diversas preocupações e decepções. O grande diferencial que supre as lacunas de nossa alma e que revitaliza nossas forças, especialmente quando somos assolados pelas tempestades da vida, tem sido proclamado pela Igreja há mais de 2.000anos.

Talvez esteja faltando em nossa vida – entre as atividades agendadas para o feriado de Natal – o compromisso de buscarmos viver o encontro com Aquele que é a salvação para ricos e pobres; brancos e negros; livres e cativos; e razão de toda existência. Em nossos dias, grandes transformações continuam acontecendo na vida daquelas pessoas que se dispõem a conhecê-Lo. Pois, ao vivermos uma experiência com Ele não nos encontramos com um personagem histórico que viveu há milhares de anos, mas com Alguém que vive e realiza prodígios na vida de quem O acolhe como Amigo.

Não se conhece alguém que, ao assumir a participação de Jesus Cristo na sua vida, tenha sido decepcionado ou abandonado às margens do caminho; ou que, ao ter clamado por Sua ajuda, tenha sido desprezado.

Neste novo tempo, em vez de permitirmos que o Menino Deus nasça numa manjedoura fria, que possamos testemunhar a alegria de acolher em nosso coração Aquele que pode preencher a nossa alma e nos propor um novo caminho em direção à almejada felicidade.

Abraços e votos de feliz Natal repleto de mudanças!

Dado Moura

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Como vencer as tentações da carne...

"O inimigo de Deus está constantemente nos rodeando..."

"Eu vos exorto: deixai-vos sempre guiar pelo Espírito, e nunca satisfaçais o que deseja a vida carnal. Pois o que a carne deseja é contra o Espírito e o que o Espírito deseja é contra a carne" (Gl 5,16-17).

São Paulo, escrevendo aos gálatas fala da vida carnal, se referindo à impureza, devassidão, imoralidade sexual, libertinagem, inveja, discórdia, bebedeira, orgia, ciúme, ira e outras coisas semelhantes (cf. Gl 5, 19-21). Dando sequência aos versículos, o apóstolo dos gentios ressalta: "todos os que vivem dessa maneira não herdarão o reino de Deus."

Você já teve a horrível sensação de ser vencido(a) pelas tentações da carne? Se a resposta for "sim", não se assuste! Eu também já tive e se não me cuidar ou não me disciplinar, serei vencida sempre. O inimigo de Deus está constantemente nos rodeando, pronto a nos devorar, por isso, é preciso vigilância e muita oração.

"Se não te mortificas, nunca serás uma alma de oração. Nenhum ideal se torna realidade sem sacrifício" (São Josemaría Escrivá).

Geralmente somos tentados na nossa maior fraqueza. Qual é seu ponto fraco? Sua sexualidade, seu temperamento, a gula, a inveja, o ciúme, a discórdia? Fale agora o nome de sua fraqueza para você mesmo (a). Depois de responder, talvez sua próxima pergunta seja: "Mas o que fazer nesses momentos, nos quais me sinto impotente diante das tentações e o que fazer para vencê-las?"

Primeiro: fugir das ocasiões de queda e não procurá-las. Porque se deixarmos para fugir quando ela já está nos envolvendo, será muito difícil resistir. Além de fugir, não podemos ser ocasião de pecado para as pessoas que convivem conosco.

Segundo: Só com o espírito fortalecido será possível dominar os impulsos da carne. Venceremos e dominaremos nossa carne com a oração e a intimidade com Deus, buscando os frutos do Espírito Santo de Deus, que são: alegria, amor, paz, paciência, amabilidade, mansidão, domínio próprio, este, sobretudo, conseguimos somente com muito esforço, e fazendo mortificações, ou seja, renúncia daquilo que gostamos muito: refrigerantes, doces, entre outros.

Por que isso é importante? Porque quem não domina a boca, geralmente tem uma grande dificuldade para controlar seus impulsos sexuais. Essa frase que um dia ouvi de um padre, mestre em teologia moral, me levou a fazer uma grande reflexão. Deus fez muitas libertações na minha vida a partir do momento em que eu gravei isso na minha mente e no meu coração.

"Sem disciplina não há santidade" (monsenhor Jonas Abib). Nossa vida espiritual deve ser regrada e planejada. Por isso, não podemos deixar a oração como última tarefa do dia. Ao despertar, já precisamos consagrar ao Senhor tudo o que vamos viver no nosso dia, nossos pensamentos, nosso desejo de viver a castidade, as pessoas com quem nos relacionaremos e lembrar: precisamos fugir das ocasiões de pecado e não ser ocasião de queda para as pessoas.

Que todo o nosso dia seja uma oração traduzida em ações. Não adianta orarmos e não colocarmos em prática aquilo que Deus nos pede. É Ele quem tudo vê! Não queira provar nada para ninguém.

Mentalmente, ou quando for possível, procure ser orientado por um sacerdote ou diretor espiritual de sua confiança. Faça mortificações, as quais o ajudarão e o levarão ao amadurecimento, ao controle e ao equilíbrio afetivo-sexual.

Isso é possível e com o auxílio do Espírito Santo você poderá vencer as fraquezas da carne.

Tenho dado a Deus a vitória na minha afetividade e na minha sexualidade. Digo que é difícil, mas é possível sim.

Você quer vencer também? Comece agora com uma boa confissão, sem medo. O Senhor está com você!

Muita oração e muita disciplina!

Unida em oração.

Ana Néri

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O tesouro que o mundo procura...

"Ao longo de nossa vida, adquirimos falsos tesouros..."

A juventude é a fase em que mais sofremos as investidas do inimigo de Deus, enfrentamos as maiores batalhas e temos sentimentos à flor da pele. É uma guerra em que nos machucamos e ficamos, muitas vezes, mutilados. É difícil, porém, não ir para a guerra significa não conhecer o sabor da vitória. Quem não luta, não tem muitos problemas nem dificuldades, mas também não alcança a vitória. É assim que acontece com alguém que está em pecado: como um porco, se lambuza todo e se mistura tanto à lama, que não quer sair mais. E mesmo sendo lavado, o porco retorna à lama.

Quem não luta contra o pecado se torna semelhante a esse animal, acostumado à vida do chiqueiro. Muitas vezes, permanecemos no pecado e nas consequências deste, porque não quisemos lutar. Há uma história sobre um homem e seu baú cheio de tesouros, os quais colecionava e comercializava. Além do baú, possuía tecidos, tapetes, terras, gado, cavalos, casas, enfim, era muito rico. Viajava bastante e sempre comprava algo que não possuía. Assim foi ajuntando tesouros, até que, um dia, numa das viagens, deparou-se com uma pérola negra e encantou-se. Era a única no mundo!

Em nenhum dos lugares pelos quais já havia passado, havia visto aquele tesouro. Quis possuí-la e foi até o dono da pérola. Pelo fato de não haver nada parecido no mundo inteiro, o proprietário tinha todo o direito de pedir o valor que quisesse, e foi o que aconteceu. Ele pediu um preço tão alto, que era quase impossível alguém possuir todo aquele dinheiro. O comerciante achou o preço exorbitante, mas, como um bom negociante, fez o cálculo de todos os seus bens, incluindo a roupa do corpo, e percebeu que teria o dinheiro suficiente para comprá-la. Voltou para casa, juntou tudo, vendeu, comprou a pérola e saiu vestido com o mínimo necessário para não estar nu. Olhava o bem recém-adquirido sem ter para onde ir, pois tinha vendido a casa e tudo o que possuía. Achou então uma árvore e sentou-se à sombra, contemplando o seu tesouro. Ninguém era mais rico do que aquele homem, mas também ninguém era mais pobre do que ele. Nada custava mais do que a sua pérola e ele era feliz. Havia encontrado o que sempre buscara.

Aquele homem acumulou riquezas por toda a vida, achando que nelas seria feliz, até encontrar a pérola. E, quando a encontrou, teve de se desfazer de tudo para comprá-la. Nossa situação é parecida: não temos carneiros, tesouros, contas bancárias "gordas", cheque especial, muitos não têm carro nem cartão de crédito, mas, ao longo de nossa vida, adquirimos falsos tesouros, como o pecado, por exemplo. Ele nos impossibilitou de buscar o tesouro da felicidade e da paz, que é o próprio Deus. A mesma paz que Ele fez acontecer quando se levantou no barco e mandou o mar ficar calmo. Jesus é essa paz na agitação da vida. A alegria verdadeira e plena.

Muita gente procura esse tesouro em lugares impróprios e não o encontra. Sabemos que Cristo está em todas as pessoas, mas não em todas as situações. Existem situações em que somente o diabo está. E nessas situações é que, ao longo da vida, fomos buscar a felicidade: numa zona de prostituição, na boca de fumo, numa butique gastando além do que podíamos e ficando endividados. Buscamos a felicidade na violência, na loucura, na moda, na novela, na traição, em situações nas quais Deus não está, e acumulamos misérias dentro de nós.

Hoje, alegre-se! Sua busca acabou! Até mesmo o que temos de material, adquirido com muito custo e trabalho, passa a ter mais valor, mais sentido e mais gosto, porque encontramos o grande tesouro, que é o próprio Deus.

Do livro: “Sementes de uma nova geração”

Dunga

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Nossa Senhora da Imaculada Conceição

Mais do que memória ou festa de um dos santos de Deus, neste dia estamos solenemente comemorando a Imaculada Conceição de Nossa Senhora, a Rainha de todos os santos.

Esta verdade, reconhecida pela Igreja de Cristo, é muito antiga. Muitos padres e doutores da Igreja oriental, ao exaltarem a grandeza de Maria, Mãe de Deus, usavam expressões como: cheia de graça, lírio da inocência, mais pura que os anjos.

A Igreja ocidental, que sempre muito amou a Santíssima Virgem, tinha uma certa dificuldade para a aceitação do mistério da Imaculada Conceição. Em 1304, o Papa Bento XI reuniu na Universidade de Paris uma assembleia dos doutores mais eminentes em Teologia, para terminar as questões de escola sobre a Imaculada Conceição da Virgem. Foi o franciscano João Duns Escoto quem solucionou a dificuldade ao mostrar que era sumamente conveniente que Deus preservasse Maria do pecado original, pois a Santíssima Virgem era destinada a ser mãe do seu Filho. Isso é possível para a Onipotência de Deus, portanto, o Senhor, de fato, a preservou, antecipando-lhe os frutos da redenção de Cristo.

Rapidamente a doutrina da Imaculada Conceição de Maria, no seio de sua mãe Sant'Ana, foi introduzido no calendário romano. A própria Virgem Maria apareceu em 1830 a Santa Catarina Labouré pedindo que se cunhasse uma medalha com a oração: "Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós".

No dia 8 de dezembro de 1854, através da bula Ineffabilis Deus do Papa Pio IX, a Igreja oficialmente reconheceu e declarou solenemente como dogma: "Maria isenta do pecado original".

A própria Virgem Maria, na sua aparição em Lourdes, em 1858, confirmou a definição dogmática e a fé do povo dizendo para Santa Bernadette e para todos nós: "Eu Sou a Imaculada Conceição".

Nossa Senhora da Imaculada Conceição, rogai por nós!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Não perca o encanto pela vida...

"Ser feliz não é viver sem sofrimento..."

Viver é uma aventura, e, diga-se de passagem, uma aventura muito bela. Descobrem a beleza da vida, as almas que nunca perdem o encanto e a ternura diante de cada novo dia e de cada nova experiência.

Enche-se de leveza e alegria o coração que nunca perde a novidade e que enfrenta as realidades, a cada dia, como se tudo fosse novo, encantando-se diante da criação e diante da beleza presente nos detalhes do existir. Ao contrário, quem perdeu o encanto com a vida e a enxerga com ares de "hora extra", acreditando já ter contemplado tudo o que ela tem a oferecer, acaba por conceber a existência como um peso, como realidade opaca e destituída de significado.

Uma das piores coisas do mundo, pior até que "dor de dente", é conviver com alguém que se cansou de viver, que vê a vida de maneira distorcida e negativa, em virtude das marcas que o passado lhe acrescentou... Quem fica com os olhos fixados no passado se torna incapaz de ver o presente. E quem não o vê está morto. Não existe maior expressão de morte para alguém do que deixar de enxergar o mundo e o presente, como se fosse a primeira vez...

Que as dores – que vivemos – não nos roubem o olhar de esperança diante de cada situação.

Nosso presente é o presente que Deus nos entrega, e cabe a nós, com o auxílio e a graça d'Ele, reconstruir, no hoje, as belas e originais ilustrações e formas de nossa história.

Fomos criados para a felicidade, independentemente do nosso passado e das dores que vivenciamos. Ser feliz não é viver sem sofrimentos, mas é saber crescer com estes, não permitindo que eles nos aprisionem.

Não existe realização sem luta e desafio. Quem luta por sua felicidade já a alcançou, é apenas uma questão de tempo. É possível ser feliz no hoje. A felicidade é sempre uma real possibilidade, depende apenas da forma como enxergamos a vida.

Nunca desista de lutar pela vida e por seus sonhos, saiba que você é muito mais do que seu passado e suas escolhas erradas. Creia que hoje, agora, é o momento ideal para ser feliz!

Adriano Zandoná

domingo, 5 de dezembro de 2010

Parabéns Dizimistas...

A Comunidade Santa Teresinha parabeniza a todos os dizimistas aniversariantes do mês de dezembro.

01/12 Lúcia de Jesus Marques Couso

04/12 Djair Martins Ferreira

05/12 Antônio Barroqueiro

05/12 Givanildo da Silva Souza

06/12 Sueli Aparecida Sales Bertan

07/12 Cecília Clarinda Corada

10/12 Maria Alcione Vieira de Brito

11/12 Adir Sammarco Junior

13/12 Isabel Inocêncio Monteiro

13/12 Luzineide Santos de Oliveira

13/12 Lusia Campos de Oliveira

13/12 Daniela Cristiane Roberto

16/12 Maria Lúcia Borges do Nascimento

16/12 Ricardo Cardoso Neto

18/12 Conceição de Maria de O. Chagas

19/12 Jane Mariano

21/12 Amália da Conceição Amador

22/12 Maria Albertina Romano Castro

22/12 Nilza Otilia da Silva Reis

24/12 Teresinha Jose do Bem

24/12 Roberta Campos dos Santos

27/12 Telma Diasi de Moraes

28/12 Maria Betania de Araújo Costa e Silva

28/12 Dulce Silveira Pilla

30/12 Maria Solange Arruda dos Santos

31/12 Josivaldo Santana do Nascimento


Que Deus abençoe e Santa Teresinha derrame uma chuva de bençãos de graças sobre todos vocês.

Como você corrige as pessoas?

"O que não se pode fazer por amor, não se obtém por outros meios..."

Como você corrige seu filho, seu esposo, sua esposa, seu empregado, seu colega, seu subordinado de modo geral? É um dever e uma necessidade corrigir aqueles a quem amamos, mas isso precisa ser feito de maneira correta. Toda autoridade vem de Deus e em Seu nome deve ser exercida; por isso, com muito jeito e cautela.

Não é fácil corrigir uma pessoa que erra; apontar o dedo para alguém e dizer-lhe: "Você errou!", dói no ego da pessoa; e se a correção não for feita de modo correto pode gerar efeito contrário. Se esta for feita inadequadamente pode piorar o estado da pessoa e gerar nela humilhação e revolta. Nunca se pode, por exemplo, corrigir alguém na frente de outras pessoas, isso o deixa humilhado, ofendido e, muitas vezes, com ódio de quem o corrigiu. E, lamentavelmente, isso é muito comum, especialmente por parte de pessoas que têm um temperamento intempestivo (conhecidas como "pavio curto") e que agem de maneira impulsiva. Essas pessoas precisam tomar muito cuidado, porque, às vezes, querendo queimar etapas, acabam queimando pessoas. Ofendem a muitos.

Quem erra precisa ser corrigido, para seu bem, mas com elegância e amor. Há pais que subestimam os filhos e os tratam com desdém, desprezo. Alguns, ao corrigi-los, o fazem com grosseria, utilizando palavras ofensivas e marcantes. O pior de tudo é quando chamam a atenção dos filhos na presença de outras pessoas, irmãos ou amigos, até do (a) namorado (a). Isso os humilha e os faz odiar o pai e a mãe. Como é que esse (a) filho (a), depois, vai ouvir os conselhos desses pais? O mesmo se dá com quem corrige um empregado ou subordinado na frente dos outros. É um desastre humano!

Gostaria de apontar aqui três exigências para corrigir bem uma pessoa:

Nunca corrigir na frente dos outros.
Ao corrigir alguém, deve-se chamá-lo a sós, fechar a porta da sala ou do quarto, e conversar com firmeza, mas com polidez, sem gritos, ofensas e ameaças, pois este não é o caminho do amor. Não se pode humilhar a pessoa. Mesmo a criança pequena deve ser corrigida a sós para que não se sinta humilhada na frente dos irmãos ou amigos. Se for adulto, isso é mais importante ainda. Como é lamentável os pais ou patrões que gritam corrigindo seus filhos ou empregados na frente dos outros! Escolha um lugar adequado para corrigir a pessoa.

Gostaria de lembrar que a Igreja, como boa Mãe, garante-nos o sigilo da Confissão, de maneira extrema. Se o sacerdote revelar nosso pecado a alguém, ele pode ser punido com a pena máxima que a instituição criada por Cristo pode aplicar: a excomunhão. Isso para proteger a nossa intimidade e não permitir que a revelação de nossos erros nos humilhe. E nós? Como fazemos com os outros? Só o fato de você dar a privacidade à pessoa a ser corrigida, ao chamá-la a sós, ela já estará mais bem preparada para a correção a receber, sem odiá-lo.

Escolha o momento certo.
Não se pode chamar a atenção de alguém no momento em que a pessoa errada está cansada, nervosa ou indisposta. Espere o melhor momento, quando ela estiver calma. Os impulsivos e coléricos precisam se policiar muito nesses momentos porque provocam tragédias no relacionamento. Com o sangue quente derramam a bílis – às vezes mesmo com palavras suaves – sobre aquele que errou e provocam no interior deste uma ferida difícil de cicatrizar. Pessoas assim acabam ficando malvistas no seu meio. Pais e patrões não podem corrigir os filhos e subordinados dessa forma, gritando e ofendendo por causa do sangue quente. Espere, se eduque, conte até 10 dez, vá para fora, saia por um tempo da presença do que errou; não se lance afoito sobre o celular para o repreender “agora”. Repito: a correção não pode deixar de ser feita; a punição pode ser dada, mas tudo com jeito, com galhardia. Estamos tratando com gente e não com gado.

Use palavras corretas.
Muitas vezes, um "sim" dito de maneira errada é pior do que um "não" dito com jeito. Antes de corrigir alguém, saiba ouvi-lo no que errou; dê-lhe o direito de expor com detalhes e com tempo o que fez de errado, e por que fez aquilo errado. É comum que o pai, o patrão, o amigo, o colega, precipitados, cometam um grave erro e injustiça com o outro. O problema não é a correção a aplicar, mas o jeito de falar, sem ofender, sem magoar, sem humilhar, sem ferir a alma.

Eu era professor em uma faculdade, e um dos alunos veio me dizer que perdeu uma das provas e que não podia trazer atestado médico para justificar sua falta. Ter que fazer uma prova de segunda chamada, apenas para um aluno, me irritava. Então, eu lhe disse que não lhe daria outra prova. Quando ele insistiu, fui grosseiro com ele, até que ele pôde se explicar: "Professor, é que eu uso um olho de vidro e, no dia da sua prova, o meu olho de vidro caiu na pia e se quebrou; por isso eu não pude fazê-la". Fiquei com "cara de tacho" e lhe pedi mil desculpas.

Nunca me esqueci de uma correção que o meu pai nos deu quando meus oito irmãos e eu éramos ainda pequenos. De vez em quando nós nos escondíamos para fumar longe dele. Nossa casa tinha um quintal grande e um pequeno quarto no fundo; lá nós nos reuníamos para fumar.

Um dia, nosso pai nos pegou fumando; foi um desespero… Eu achei que ele fosse dar uma surra em cada um de nós; mas não, me lembro exatamente até hoje, depois de quase cinquenta anos, da bela lição que ele nos deu. Lembro-me bem: nos reuniu no meio do quintal, em círculo, depois pediu que lhe déssemos um cigarro; ele o pegou, acendeu-o, deu uma tragada e soprou a fumaça na unha do dedo polegar, fazendo pressão, com a boca quase fechada.

Em seguida, mostrou a cada um de nós a sua unha amarelada pela nicotina do cigarro. E começou perguntando: "Vocês sabem o que é isso amarelo? É veneno; é nicotina; isso vai para o pulmão de vocês e faz muito mal para a saúde. É isso que vocês querem?" Em seguida ele não disse mais nada; apenas disse que ele fumava quando era jovem, mas que deixou de fazê-lo para que nós não aprendêssemos algo errado com ele. Assim terminou a lição; não bateu em ninguém nem xingou ninguém; fomos embora. Hoje nenhum de meus irmãos fuma; e eu nunca me esqueci dessa lição. São Francisco de Sales, doutor da Igreja, dizia que "o que não se pode fazer por amor, não deve ser feito de outro jeito, porque não dá resultado". E se você magoou alguém corrigindo-o grosseiramente, peça-lhe perdão logo; é um dever de consciência

Felipe Aquino

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A vinda do Reino...

"Começa um novo tempo, ainda que não tenha acabado o ano..."

Estamos no ano da graça de Nosso Senhor Jesus Cristo de dois mil e dez! Antes de Cristo e depois de Cristo! Assim se referem as indicações históricas. Mesmo quem não acredita n'Ele continua datando os acontecimentos a partir do Seu nascimento. A Ele a honra e a glória, Aquele que é o primeiro e o último, o princípio e o fim, Alfa e Ômega. E nós cristãos consideramos ano litúrgico o tempo que vai do primeiro domingo do Advento à Solenidade de Cristo Rei. Começa um tempo novo, ainda que o calendário não tenha chegado ao dia trinta e um de dezembro. Quando janeiro vier, já estaremos imbuídos de uma nova mística, que vem do Alto!

A vinda do Reino, a realização da vontade do Pai e o reconhecimento da santidade de Seu nome se encontram presentes na oração mais perfeita, ensinada por Jesus, o Pai-Nosso. Temos em nós o desejo do infinito, o sonho da perfeição, para nunca nos saciarmos com algo que seja menos do que Deus. Sim, é o infinito do amor que nos atrai, para que caminhemos de perfeição em perfeição, até chegar à plenitude.

O Reino de Deus está presente no mundo sem que precisemos buscar sinais estrondosos de sua presença. Basta-nos olhar ao redor para descobrirmos os seus sinais. Um reino eterno e universal: reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz. Mas este Reino deve crescer e se implantar, para que Deus seja tudo em todos.

Jesus Cristo é Rei, mas não nos modelos do mundo. Nós O vemos diante de Pilatos proclamando Seu reinado, mas coroado de espinhos, dando a vida pela salvação de todos. Seu trono é a Cruz, na qual proclama decretos inusitados ao pedir ao Pai o perdão pelos próprios algozes ou ao anistiar o Bom Ladrão. De lá para cá, Seu trono-cruz foi plantado sobre colinas e dentro dos corações. Seu Reino se espalha silencioso, discreto e presente, contando com agentes que podem ser pobres ou ricos, de todas as raças, línguas e nações. Nosso olhar mais atento mostrará sinais de esperança e sadio otimismo.

A pregação de Jesus é o anúncio do Reino de Deus, uma verdadeira paixão que perpassa todas as Suas palavras. Reino que é comparado com plantas, rebanhos, histórias de pessoas e famílias transformadas em parábolas, para que as pessoas abram o coração e entendam o que Ele diz. Reino que já chegou e há de ser pedido na oração, misterioso! E mistério é algo que sempre pode ser um pouco mais compreendido, nunca se esgota!

Numa de Suas afirmações lapidares, o Senhor proclama “buscai o Reino de Deus e a sua justiça, e todas as coisas serão dadas por acréscimo” (cf. Mt 6,33). A atualização do Reino de Deus depende de nossa liberdade, pois se trata de uma forma nova de viver, que é proposta e não imposta. Àquelas pessoas que se deixarem provocar pelo Reino de Deus, a Igreja indica para estes dias de fim de ano um caminho de revisão de vida.

Que valores orientaram as decisões tomadas nos diversos âmbitos da vida pessoal e social? Em torno de nós floresceu o respeito à vida e à dignidade das pessoas? Vivemos para os outros ou cada um se interessou apenas por si mesmo, sem olhar ao redor? Nossos sonhos e projetos incluem o bem comum? E as perguntas podem ser muitas, conduzindo a novas decisões. Não precisaremos buscar adivinhos ou previsões futurológicas para vivermos o novo ano se vivermos bem cada momento presente, iluminados pelos valores do Reino de Deus. Cada surpresa será bem-vinda!

E o que fazer com as eventuais dificuldades que certamente aparecem pelas esquinas da vida? Elas serão transformadas em novas decisões pelo serviço a Deus e ao próximo, na divina alquimia do amor, lei suprema do Reino de Deus. O tempo do cristão não é apenas o correr inexorável do relógio, mas oportunidade (Kairós!), nova chance oferecida pela Providência Divina. E venha o Reino de Deus e a sua justiça!

Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

domingo, 28 de novembro de 2010

Tempo de Esperança...

"O primeiro olhar do tempo do Advento..."

A Igreja acompanha os mistérios de Jesus Cristo durante os diversos ciclos da Liturgia. Com o primeiro domingo do Advento inicia-se um novo ano litúrgico. Não se trata de girar continuamente em torno de um eixo, mas de reencontrar a presença de Deus em etapas novas de nossa vida, nas quais a morte e a ressurreição de Cristo, o núcleo de nossa fé, iluminam a compreensão dos desafios de cada hora presente.

O primeiro olhar do tempo do Advento descortina o horizonte de sua volta do fim dos tempos. Olhamos para a definitiva manifestação do Cristo, quando vier em Sua glória, e clamamos com a Igreja “Vem, Senhor Jesus”. Verdadeiramente, o Senhor voltará e seremos julgados pelo amor, como Ele mesmo indicou no sermão escatológico do Evangelho de São Mateus. “O Senhor virá!”

Na conjugação do verbo da esperança, diremos depois que o Senhor vem. De fato, as duas semanas centrais do Advento abrirão nossos corações para a experiência da presença de Cristo em nossa história. Presente no próximo, especialmente nos mais pobres, presente na Comunidade, em sua Palavra e na Eucaristia. E Ele nos espera ainda no silêncio orante de nosso coração.

Para acompanhar-nos, a Igreja oferece dois "padrinhos" de Advento, o profeta Isaías e São João Batista. O profeta viu de longe e anunciou a chegada do Salvador. Com ele se aprende a sonhar alto! "Sim! As velhas angústias terminaram, desapareceram de minha vista. Sim! Vou criar novo céu e nova terra! As coisas antigas nunca mais serão lembradas, jamais voltarão ao pensamento. Mas haverá alegria e festa permanentes, coisas que vou criar, pois farei de Jerusalém uma festa, do meu povo, uma alegria. Eu farei festa por Jerusalém, terei alegria no meu povo. Ali não mais se ouvirá o soluçar do choro nem o suspirar dos gemidos. Não haverá ali crianças que só vivam alguns dias, nem adultos que não completem os seus dias, pois será ainda jovem quem morrer com cem anos. Não alcançar os cem anos será maldição. Quem fizer casas, nelas vai morar, quem plantar vinhedos, dos seus frutos vai comer. Ninguém construirá para outro morar, ninguém plantará para outro comer. A vida do meu povo será longa como a das árvores, meus escolhidos vão gozar do fruto do seu trabalho. Ninguém trabalhará sem proveito, ninguém vai gerar filhos para morrerem antes do tempo, porque esta é a geração dos abençoados do Senhor, ela e seus descendentes. E, então, antes que me chamem, já estou respondendo, ao começarem a falar, já estou atendendo. Lobo e cordeiro pastarão juntos, o leão comerá capim junto com o boi... Ninguém fará o mal, ninguém pensará em prejudicar na minha santa montanha" (Is 65, 17-25). "O Senhor vem!"

João Batista, por sua vez, anunciou a proximidade do Reino de Deus e pregou a conversão dos corações, para preencher vales e abaixar os montes. Indicou estradas até para os desertos da vida, veredas que se abrem para o encontro com o Salvador.

Na última semana antes do Natal, aí sim, é que voltaremos os olhos para o nascimento de Jesus Cristo em Belém de Judá. É o tempo do presépio, tempo de fazer festa para o Aniversariante, que é Jesus. Com Maria, José, pastores e magos, meditaremos de novo a cena sempre nova do Deus feito homem para a nossa salvação, nascido num estábulo e reclinado numa manjedoura. “O Senhor veio!”

O tempo do Advento não é em primeiro lugar uma preparação para o Natal, já que a Igreja só reserva a última semana para isso. Advento é tempo de conhecimento de Deus que está sempre se dirigindo a nós, homens e mulheres de cada tempo. Batendo à porta dos corações, quer encontrar uma reposta de amor. É o dinamismo da fé cristã, que vai ao encontro do Senhor que vem. A madrinha que a Igreja oferece para a última etapa do Advento é a Virgem Maria. O grande Papa Paulo VI considerava o Advento o tempo mais adequado para o cultivo da devoção mariana.

Conduzidos por tais testemunhas, a Santíssima Virgem Maria, João Batista e Isaías, deixemo-nos tocar pela graça de Deus. É hora de arrumar a casa de nossa vida, para receber carinhosamente a visita de Nosso Senhor Jesus Cristo. Certamente, são muitas as coisas que ocupam nossos corações. Desfazer-se do supérfluo, olhar ao redor para a prática da caridade, escutar mais e melhor a Palavra de Deus. Tempo de graça, pois o Senhor, virá, vem e veio, Nosso Salvador, Jesus Cristo! Maranathá! Vem, Senhor!


Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

Qual o significado da Coroa do Advento?

A Coroa do Advento teve sua origem entre os pagãos do norte da Europa, que preparavam uma roda de carroça, enfeitada com ramos e luzes, para agradar a um deus pagão, o deus do sol, que se escondia durante as longas noites do inverno do norte europeu.

Os cristãos, também no inverno, no mês de dezembro, celebravam o Natal. Assim, adotaram o mesmo costume dos pagãos, mudando-Ihe porém, completamente, o significado. Para eles, a Coroa do Advento lembra a preparação para o Natal, festa da luz e da vida, quando veio ao nosso mundo o Cristo, Sol que não tem ocaso. Colocavam, então, na Coroa, quatro velas, representando os quatro domingos do Advento. A cada domingo uma vela a mais ia sendo acesa, recordando a luz de Cristo que se aproxima com o seu santo nascimento.

Esta luz vem chegando aos poucos: primeiro, na promessa do Salvador, depois, no anúncio dos profetas, na escolha da Virgem Maria e, finalmente, no nascimento do Cristo Senhor, Deus-Conosco, Emanuel.

A Coroa circular, sem início e sem fim recorda a eternidade do Filho de Deus Pai que vai nascer no tempo. O verde simboliza a vida e a esperança. As velas recordam a luz do Senhor, cada vez mais próximo, até fazer-se Sol nascente que nos vem visitar no Natal.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Mande notícias...

"Nem sempre seguimos quem realmente precisamos seguir..."

O mundo hoje corre desesperadamente atrás de informação. Pessoas que fabricam notícias existem por todos os lados. Pessoas que falam a verdade também. A internet trouxe agilidade e também acelerou todos nós. Ainda me lembro do tempo em que a velha máquina de escrever era uma companheira e tanto. A tecla “alte” ditava a pausa para a inspiração. Era uma arte escrever nas entrelinhas e estimular o raciocínio de quem iria ler ou ouvir seu texto.

Hoje estamos mais preocupados em ter centenas, milhares, bilhares de seguidores no Twitter. E o pior de tudo é que nem sempre seguimos quem realmente precisamos seguir. Nós nos preocupamos em mandar e receber notícias de gente que nem sempre vamos ter a chance de conhecer pessoalmente e, às vezes, nos esquecemos dos que nos amam e há meses não temos tempo de falar com eles.

Conheci, recentemente, Willian, um andarilho artesão, que não fala com a mãe há vários meses. Sem recursos, sem rumo, sem esperança de mandar notícias para a genitora. Na conversa ele abriu o coração e foi ousado. “Me ajude a falar para minha mãe que estou bem”, disse-me ele. E, por Providência Divina, conseguimos ligar para ela e, em menos de um minuto, ele conseguiu dizer que estava bem e que estava decidido a ir para uma casa de recuperação e que, em breve, mandaria, ele mesmo, boas notícias para ela. O mais importante é que finalizou a conversa dizendo: “Mãe, eu te amo!”. Foi comovente. Mais tarde a mãe de Willian, Dona Elzir, me ligou querendo saber mais do filho (...).

Você já parou para pensar quantos corações de mãe estão apertados por este mundo. Filhos preocupados com os milhares de seguidores e se esquecendo de apenas dar um “olá” para quem sempre os seguiu, antes mesmo de virem ao mundo. Willian não desperdiçou a primeira chance que Deus lhe deu e tranquilizou a mãe e expressou seu sentimento por ela.

Agora cabe a cada um de nós encontrar um tempinho, em nossa vasta lista de seguidores, para também expressarmos o que sentimos por aqueles que realmente nos amam e sentem saudades.

Deus abençoe!

Wallace Andrade - Com. Canção Nova

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Os 30 'quês' de uma pessoa madura na fé.

"Estamos num mundo completamente pluralista..."

Estamos num mundo completamente pluralista, por isso precisamos nos tornar verdadeiros especialistas em matéria de fé e conversão. Se não for dessa forma, os cristãos “mais ou menos” não vão resistir; daí a necessidade de um amadurecimento real e concreto na fé.

O Projeto Nacional de Evangelização (2004 – 2007) diz que é preciso ter e levar os outros ao encontro pessoal com Jesus, pois só assim vamos nos tornando maduros na fé, que nada mais é do que sermos crianças nas mãos de Deus. Livres da maturidade somente humana que questiona tudo vamos a caminho de sermos verdadeiros cristãos com coluna vertebral.

Textos-base para um aprofundamento e um exame de consciência a respeito da nossa fé: 1 Cor 3, 1-9; Heb 5, 12-14; Ef 4, 11-15.

A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com Deus é uma pessoa:


01 – Que escolhe inteiramente por Deus.


02 – Que sabe discernir a Vontade de Deus.


03 – Que faz a Vontade de Deus até o fim.


04 – Que vive o Evangelho sem questionamentos.


05 – Que é livre em Deus.


06 – Que sabe obedecer.


07 – Que sabe reconhecer os sinais do tempo.


08 – Que vive uma individualidade e não um individualismo.


09 – Que é capaz de viver a alteridade.


10 – Que vive uma fé com obras.


A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura com o próximo é uma pessoa:


01 – Que pergunta, sem duvidar do próximo.


02 – Que vive a fé com o próximo.


03 – Que consegue se adaptar com o diferente.


04 – Que se alegra com o crescimento do próximo.


05 – Que reconhece o outro por também ser um filho de Deus.


06 – Que sabe o seu papel na sociedade.


07 – Que contagia o próximo com a santidade.


08 – Que tem como única competição amar mais o próximo.


09 – Que ama com caridade.


10 – Que é original na fé e na opinião.


A pessoa que tem uma fé vivida de forma madura consigo é uma pessoa:


01 – Que tem autonomia na fé.


02 – Que é perseverante, mesmo no sofrimento.


03 – Que se engaja e se compromete.


04 – Que é especialista no que faz.


05 – Que é como para-raios na intercessão.


06 – Que conhece a própria verdade.


07 – Que assume as experiências vividas.


08 – Que sabe receber elogios e também as críticas.


09 – Que sabe falar, mas também escutar.


10 – Que se deixa trabalhar no temperamento pelo Espírito de Deus.

Padre Anderson Marçal

sábado, 20 de novembro de 2010

A Bíblia e o celular...

Ja imaginou o que aconteceria se tratássemos a nossa Bíblia do jeito que tratamos o nosso celular? E se sempre carregássemos a nossa Bíblia no bolso ou na bolsa? E se déssemos uma olhada nela várias vezes ao dia? E se voltássemos para apanhá-la quando esquecemos em casa, no escritório...? E se a usássemos para enviar mensagens aos nossos amigos? E se a tratássemos como se não pudéssemos viver sem ela? E se lançássemos mão dela em caso de emergência?

Ao contrário do celular, a Bíblia não fica sem sinal. Ela 'pega' em qualquer lugar. Não é preciso se preocupar com a falta de crédito porque Jesus já pagou a conta e os créditos não tem fim. E o melhor de tudo: não cai a ligação e a carga da bateria é para toda a vida. "Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto!" (Is 55:6).

Telefones de EMERGÊNCIA:
Quando você estiver triste : João 14
Quando pessoas falarem de você : Salmo 27
Quando você estiver nervoso : Salmo 51
Quando você estiver preocupado: Mateus 6:19,34
Quando você estiver em perigo: Salmo 91
Quando Deus parecer distante: Salmo 63
Quando sua fé precisar ser ativada: Hebreus 11
Quando você estiver solitário e com medo: Salmo 23
Quando você for áspero e crítico: 1 Coríntios 13
Para saber o segredo da felicidade: Colossenses 3:12-17
Quando você sentir-se triste e sozinho: Romanos 8:31-39
Quando você quiser paz e descanso: Mateus 11:25-30
Quando o mundo parecer maior que Deus: Salmo 90
Anote em sua agenda esses números podem ser importantes a qualquer momento de sua vida!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Estação da vida...

"Ninguém passa em vão ao seu lado..."

Percorrendo as ruas e avenidas apinhadas nos pontos de transporte coletivo, ou observando as muitas pessoas partindo e chegando a nossos portos, vi muitos olhares e gestos que refletem alegrias e esperanças, tristezas e angústias que, sendo dos homens e mulheres de nosso tempo, são também dos discípulos de Cristo, pertencem também ao horizonte da Igreja, pois não há qualquer realidade verdadeiramente humana que não encontre eco em seu coração (cf. Constituição Pastoral Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo de hoje, n° 1). Identifico em todos os olhares o desejo de encontrar um oásis no qual se possa beber água viva, uma estação de esperança no meio do burburinho da cidade.

Os cristãos, qual procissão que passa pelas ruas da cidade, trazem em si, ainda que em potes de barro (cf. II Cor 4, 7), o tesouro que é resposta portadora de sentido para a existência humana. “Diante de uma vida sem sentido, Jesus nos revela a vida íntima de Deus em seu mistério mais elevado, a comunhão trinitária. É tal o amor de Deus, que faz do homem, peregrino neste mundo, sua morada: “Viremos a ele e viveremos nele” (Jo 14,23). Diante do desespero de um mundo sem Deus, que só vê na morte o final definitivo da existência, Jesus nos oferece a ressurreição e a vida eterna na qual Deus será tudo em todos (cf. 1 Cor 15,28). Diante da idolatria dos bens terrenos, Cristo apresenta a vida em Deus como valor supremo: de que vale alguém ganhar o mundo e perder a sua vida? (cf. Mc 8,36). Diante do subjetivismo da busca desenfreada do prazer, Jesus propõe entregar a vida para ganhá-la, porque quem aprecia sua vida terrena, perdê-la-á (cf. Jo 12,25). É próprio do discípulo de Jesus Cristo gastar a vida como sal da terra e luz do mundo. Diante do individualismo, o Senhor nos convoca para vivermos e caminharmos juntos. A vida cristã só se aprofunda e se desenvolve na comunhão fraterna. O Ressuscitado nos disse “um é seu mestre e todos vocês são irmãos” (Mt 23,8). Diante da despersonalização, Jesus ajuda a construir identidades integradas” (Documento de Aparecida 109-110).

O segredo é muito simples, pois os cristãos foram marcados com o selo da Santíssima Trindade, tendo sido batizados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Sim, a Trindade é resposta e caminho a ser percorrido para nosso tempo. A vida mais íntima de Deus não é a solidão, pois Deus é família, Pai e Filho e Espírito Santo. O sentido da vida humana está em viver em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Cada pessoa voltada para fora, superando a inútil e vazia afirmação de si mesma em detrimento dos outros.

Nosso Senhor Jesus Cristo se mostrou continuamente voltado para o Pai, a quem nos ensinou a orar dizendo “seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”. Para Ele eram fundamentais a intimidade com o Pai na oração nas tantas vezes em que se dirigia a lugares desertos, a sede do Reino que deve vir e estar perto, a certeza de Sua “hora”, conhecida pelo Pai e a confiança absoluta n'Aquele que cuida de todos e de tudo com Sua Providência Amorosa. O Pai, por sua vez, amando o Filho desde toda a eternidade, quer que todos O ouçam e O glorifiquem sempre. O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, suscita a profissão de fé, anima e acompanha a Igreja e explica todas as coisas, no tempo da Igreja, enquanto esperamos a vinda gloriosa do Senhor. A Trindade Santa não é entendida com a pretensão da inteligência humana, mas é vivida, fruto da graça derramada! A Trindade é um contínuo jogo de amor, desde toda a eternidade. E por este amor livre e gratuito, tudo foi pensado, criado, salvo e santificado!

Quem é cristão peregrina pela vida afora como portador de comunhão e de vida. Ninguém passa em vão ao seu lado, pois é fonte de água viva, conforme a promessa do Senhor. Torna-se braço estendido aos sofredores, voz dos que são mudos ou foram calados, olhos para os cegos, coração capaz de amar a todos. Quando desperta, ao fazer o sinal da cruz, decide-se a viver não em próprio nome ou de qualquer outro, mas vive em nome do Deus uno e trino. Será ele o primeiro a dar o passo, indo ao encontro das outras pessoas, a partir do cumprimento matinal e em todas as suas iniciativas. Com os dons que recebeu de Deus, aplicará sua inteligência para fazer o bem, em todos os ambientes. Sentir-se-á missionário nos encontros e desencontros de seu cotidiano, superando a indiferença, o medo dos outros e a desconfiança. Por causa de sua fé, aprenderá a parar pelas estradas, como bom samaritano, chamado a curar as chagas físicas, emocionais e espirituais das pessoas. De fato, cada cristão é uma estação da vida, na qual os outros podem repousar e se fortalecer.

Dom Alberto Taveira Correa
Arcebispo de Belém - PA

sábado, 6 de novembro de 2010

Juventude: Um estado de espírito.

"Fomos criados para ser felizes..."

A juventude é, realmente, um estado de espírito. Lembro-me da minha infância, quando, a partir dos sete anos, diariamente, ao ajudar a Santa Missa às 5h30min, no Santuário de Santo Antônio, escutava os idosos frades franciscanos, ao pé do altar, pronunciarem "Introíbo ad altare Dei, ad Deum qui laetificat iuventutem meam" - "Eu irei ao altar de Deus, ao Deus que dá alegria à minha juventude". Juventude de setenta, oitenta, noventa anos!

Deus nos criou, nos deu a vida! Dom Maravilhoso! Cada um de nós tem a sua história de origem. É sobre a aceitação real dessa história que devemos construir a nossa felicidade. Fomos criados para ser felizes. Talvez não estejamos percebendo plenamente o amor de Deus por nós ao nos criar e ao criar para nós tudo o que existe. O Papa Paulo VI, ao pressentir a proximidade da morte, exclamou: "Oh, superficialidade imperdoável! Não ter percebido a beleza de tudo o que Deus criou para mim, por amor!" E pede ao Senhor perdão por considerar esse sentimento um pecado. "Oh, beleza sempre antiga e sempre nova, quão tardiamente te amei!" (Santo Agostinho).

Realmente, a beleza da vida, da arte, de tudo o que Deus criou é reflexo d'Ele. O Todo-poderoso é a beleza absoluta, da qual deriva e participa toda beleza criada. A propósito da arte, o Papa João Paulo II, na Carta aos Artistas, por ocasião do Ano Santo, afirmou que ela é essencial para a evangelização.

Deus nos criou para si, e devemos estar sintonizados com Ele: pela oração formal, pela contemplação da natureza, pelo cultivo da arte, pela comunicação com nossos irmãos. Se fizermos assim, estaremos vinte e quatro horas por dia sintonizados com o Senhor, vivendo, cada momento presente, sem nos preocupar com o momento seguinte, sem estresse nem depressão.

E dessa forma, vamos acumulando juventude, alegria e, aos noventa anos, poderemos dizer: "Irei ao altar de Deus, do Deus que alegra a minha juventude."

Esperamos, um dia, pela graça de Deus Pai, tomar posse daquela morada à qual Jesus se refere no Evangelho: "Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Vou preparar um lugar para vós e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós" (Jo 14, 1-4). Porque nós conhecemos o caminho, a verdade e a vida.

(Artigo produzido a partir da homilia de Dom Lélis em maio de 2006).

Dom Lélis Lara
Bispo emérito de Itabira - Cel. Fabriciano (MG)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Ser santo é ser humano...

"Muitos pensam que para ser santo é necessário deixar de ser gente..."

Santificar-se é descobrir que o projeto de santidade ocorre com a ajuda do Espírito Santo, que move as diferentes pessoas nos diferentes tempos e faz uma obra maravilhosa. Move-nos em um movimento de felicidade. Porque ser santo é ser feliz.

A santidade é feita de momentos, do agora, de oportunidades, de encontros. Ao ler este artigo, você estará traçando um projeto de felicidade, pois poderia estar agora envolvido em outras mil e um coisas, mas está aqui diante desta página confrontando-se com estas palavras.

O Espírito Santo plasma em nós a todo momento uma atitude santa. Uma atitude beata (beato=feliz).

Não negligencie a felicidade que Deus lhe concede. Felicidade é santidade. E não se trata de uma felicidade passageira, uma felicidade “fast food”. Ela não é rápida como a internet de banda larga, mas compõe um projeto de continuidade, de começos, meios e fins.

Infelizmente, muitos pensam que para ser santo é necessário deixar de ser gente e esquecer que a vida é um projeto de bem-aventuranças (felicidade). Ser santo é ser gente na plenitude. É ser humano em tudo aquilo que comporta a palavra “humano”.

Jesus sempre fez este processo de humanização com as pessoas, fazendo-as tomarem posse de si mesmas e, assim, levando-as a se disporem. Ser pessoa não é só completar o que somos e temos de melhor, mas descobrir e cultivar o que temos de melhor para o benefício de outros. Isso é santidade. Santidade é ser melhor e não apenas “o melhor”.

Quer saber como ser santo? Faça bem todas as coisas. Leve Jesus para todos os lugares. Convide-O para estar em todos esses lugares. Santidade não é fuga do mundo, mas transformação deste mundo. É saber que podemos deixar marcas de céu na vida de todos aqueles que estão ao nosso redor. Isso é ser santo. Fazer bem todas as coisas e amar. Este é o segredo da santidade, a verdade de uma humanidade que vive na plenitude. O amor é tudo o que as pessoas procuram.

Não podemos desperdiçar nossa juventude. Devemos vivê-la intensamente, apostando tudo em Jesus e sendo gente, humanos. Sempre com a certeza de que é possível ser santo de calças jeans.

(Do livro "Santos de calça jeans" de Adriano Gonçalves, da Editora Canção Nova)

Adriano Gonçalves

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Vencendo o luto, superando perdas...

"Não tente mascarar a realidade e os seus sentimentos..."

A nossa vida é cheia de perdas e lutos, de altos e baixos. A maior dor, porém, é a perda de alguém muito querido, como pai, mãe, esposo ou esposa; alguém com um laço afetivo muito forte. Geralmente, associamos a perda ao luto, mas existem situações em nossa caminhada que são tão intensas que vivemos uma perda como um luto. Um exemplo são as separações, as mudanças de cidade ou trabalho, o término de um namoro, a mudança de escola, decepções, traições etc. É uma dor que precisa ser enfrentada com realismo e muita ajuda pessoal, espiritual e, muitas vezes, acompanhada por algum profissional ou alguém que tenha condições de vencer conosco estes momentos difíceis. Quanto mais próxima a pessoa ou a situação que se perde, mais difícil e delicado é o processo de recuperação. No entanto, é possível viver bem e superar esses momentos de perdas e lutos.

Há dois anos e meio eu passei por uma grande perda, o falecimento de minha mãe. Fui para São Paulo dois meses depois, participar de um retiro de sacerdotes. Era um encontro de silêncio e muita reflexão, em que iríamos trabalhar a nossa historia de vida. Na verdade, era um retiro de cura interior, graças a Deus! Como eu estava precisando fazer silêncio para digerir tudo que tinha vivido nos últimos meses! Mas eu não conseguia entrar na dinâmica do retiro, porque estava muito agitado e com muitas dores de estômago e de cabeça. Já eram sintomas de uma perda mal vivida, eram sintomas patológicos de algo que estava se passando em minha alma, em meu coração, a dor da perda, da ruptura... Não tinha ainda vivido, de verdade, o luto de minha mãe. Isso tudo eu descobri no primeiro atendimento, quando minha acompanhadora conversou e orou por mim. Foi um atendimento libertador, tanto espiritual como psicológico, pois estava com duas situações. Mas ela detectou que eu ainda não tinha vivido o luto, a ruptura, eu ainda estava e tinha o direito de estar de luto pela perda de minha mãe.

Espiritualmente, eu me preparei, entendi e vivi a esperança da ressurreição, mas o meu psicológico, emocional e também o físico estavam reclamando. Ela me dizia: "O senhor está de luto, tem o direito de chorar, de querer ficar só, de querer o silêncio, é normal. Precisa aceitar que teve uma grande perda, um vínculo afetivo fortíssimo que é a mãe. A psicologia diz que é necessário dois ou três anos para você se recuperar totalmente da perda, da ruptura de alguém tão próximo como pai, mãe, irmão, esposo (a). E quando o vínculo afetivo é intenso e verdadeiro, o processo é longo, é preciso assumir e respeitar com muita paciência”. O meu corpo não estava preparado para aquilo, pois, muitas vezes, fazemos essa separação e nos esquecemos de que a nossa pessoa é um todo. Daí, podem ocorrer algumas enfermidades patológicas por somatização, pois não me permiti sofrer, chorar e sentir psicologicamente a dor da ruptura, da perda.

Corre-se um grande risco de negar os sentimentos de decepção, de raiva, de não aceitação da morte. Isso gera dentro da pessoa um processo de revolta consigo e com Deus, de falta de perdão. O nosso corpo será o último a pedir socorro, a sofrer e a manifestar em pequenas e grandes enfermidades; era o que eu estava sentindo no estômago e na cabeça.

Se você perdeu alguém ou teve uma grande ruptura na sua vida, é preciso realizar um processo de aceitação e relacionar-se com essa perda, com a dor da morte. Alguns passos para retomar o processo para viver bem as perdas e o luto:

1º - Assumir que você tem direito de estar de luto, de chorar, de querer se recolher, de sentir a dor da ruptura. Não tente mascarar a realidade e os seus sentimentos. Isso é natural, querer fugir disso é problema na certa;

2º - Dar nome aos seus sentimentos: dor, saudade, decepção, revolta; pois você esperava outra coisa e até um milagre, a recuperação, a reconciliação;

3º - Perdoar e reconciliar-se com todas as situações que envolveram essa perda: perdoar a pessoa que faleceu, por ela ter ido desta forma tão cedo, por ter se separado de você, por não ter se despedido etc. Perdoar Deus por ter permitido essa morte ou essa perda, por não ter realizado o que você tanto pediu. Perdoar as pessoas que estavam vivendo com você este momento, médicos, parentes, instituições. Perdoar a si mesmo por ter se exposto, por não aceitar o processo natural e não se permitir sofrer.

4º - Tomar consciência de que Deus está no controle de todas as coisas. O desejo dEle não é a morte nem o sofrimento humano, mas acontece no “tempo de Deus”, pois Ele sabe o que é melhor para nós. A providência é a sabedoria de Deus que rege todas as coisas, a visão dEle não é limitada como a nossa. Deus não erra e sempre nos vê com amor!

5º - Guardar uma verdadeira imagem da pessoa que se perdeu. Quando se perde alguém, é costume preservar a imagem da pessoa, mas o exagero da memória de quem morreu ou foi embora não nos ajuda a recuperar o luto, a perda. Por isso, é essencial guardar a verdade das pessoas, as qualidades e os defeitos. Não é só porque morreu, que se tornou santo: “Ah, fulano era tão santinho! Só tinha alguns defeitinhos de nada!”.

“Ao vê-la chorar assim, como também todos os judeus que a acompanhavam, Jesus ficou intensamente comovido em espírito. E, sob o impulso de profunda emoção, perguntou: 'onde o pusestes?'. Responderam-lhe: 'Senhor vinde ver'. Jesus pôs-se a chorar. Observaram por isso os judeus: 'Vede como ele o amava!'” (Cf. Jo 11,1-45).

Neste episódio da morte do amigo Lázaro, Jesus manifesta seus sentimentos por ele e por suas irmãs Marta e Maria. Viver bem e sem mascarar nenhum sentimento ou momento que possamos estar vivendo, enxergar-se como parte de um todo e não como o centro de tudo. Reconciliar-se com você mesmo e com toda a sua história, como uma grande história da iniciativa amorosa de Deus. Harmonizar corpo, alma, psíquico e espírito; isto é viver com sabedoria.

Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11,25).

Oração: Senhor Jesus, também sofrestes perdas e luto. Ajuda-me com o Seu Santo Espírito a viver bem e com equilíbrio todas as etapas de minha vida, os lutos e as perdas que tenho tido na minha caminhada. Ensina-me a perdoar e a pedir perdão, a ser desapegado das coisas e das pessoas. Que eu viva intensamente o amor nos meus relacionamentos e que não deixe para trás nada sem resolver. Nossa Senhora do Equilíbrio, caminhai comigo e rogai por nós.

Padre Luizinho

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A celebração da festa de todos os santos...

"Neste dia a Igreja militante honra a Igreja triunfante..."

No dia 1º de novembro, a Igreja celebra a festa de Todos os Santos. Segundo a tradição, ela foi colocada neste dia, logo após 31 de outubro, porque que os celtas ingleses - pagãos -, celebravam as bruxas e os espíritos que vinham se alimentar e assustar as pessoas nesta noite (Halloween).

Nesse dia, a Igreja militante (que luta na Terra) honra a Igreja triunfante do Céu “celebrando, numa única solenidade, todos os Santos” – como diz o sacerdote na oração da Missa – para render homenagem àquela multidão de Santos que povoam o Reino dos Céus, que São João viu no Apocalipse: “Ouvi, então, o número dos assinalados: cento e quarenta e quatro mil assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel. Depois disso, vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão". "Esses são os sobreviventes da grande tribulação; lavaram as suas vestes e as alvejaram no sangue do Cordeiro.” (Ap 7,4-14)

Esta imensa multidão de 144 mil, que está diante do Cordeiro, compreende todos os servos de Deus, aos quais a Igreja canonizou através da decisão infalível de algum Papa, e todos aqueles, incontáveis, que conseguiram a salvação, e que desfrutam da visão beatífica de Deus. Lá “eles intercedem por nós sem cessar”, diz uma de nossas Orações Eucarísticas. Por isso, a Igreja recomenda que os pais ponham nomes de Santos em seus filhos.

Esses 144 mil significam uma grande multidão (12 x 12 x 1000). O número doze e o número mil significavam para os judeus antigos plenitude, perfeição e abundância; não é um valor meramente aritmético, mas simbólico. A Igreja já canonizou mais de 20 mil santos, mas há muito mais que isto no Céu. No livro 'Relação dos Santos e Beatos da Igreja', eu pude relacionar, de várias fontes, quase 5mil dos mais importantes; e os coloquei em ordem alfabética.

A "Lúmen Gentium" do Vaticano II lembra que: "Pelo fato de os habitantes do Céu estarem unidos mais intimamente com Cristo, consolidam com mais firmeza na santidade toda a Igreja. Eles não deixam de interceder por nós junto ao Pai, apresentando os méritos que alcançaram na terra pelo único mediador de Deus e dos homens, Cristo Jesus. Por seguinte, pela fraterna solicitude deles, a nossa fraqueza recebe o mais valioso auxílio” (LG 49) (§956).

Na hora da morte, São Domingos de Gusmão dizia a seus frades: “Não choreis! Ser-vos-ei mais útil após a minha morte e ajudar-vos-ei mais eficazmente do que durante a minha vida”. E Santa Teresinha confirmava este ensino dizendo: “Passarei meu céu fazendo bem na terra”.

O nosso Catecismo diz que: “Na oração, a Igreja peregrina é associada à dos santos, cuja intercessão solicita” (§2692).

A marca dos santos são as bem–aventuranças que Jesus proclamou no Sermão da Montanha; por isso, este trecho do Evangelho de São Mateus (5,1ss) é lido nesta Missa. Os santos viveram todas as virtudes e, por isso, são exemplos de como seguir Jesus Cristo. Deus prometeu dar a eterna bem-aventurança aos pobres no espírito, aos mansos, aos que sofrem e aos que têm fome e sede de justiça, aos misericordiosos, aos puros de coração, aos pacíficos, aos perseguidos por causa da justiça e a todos os que recebem o ultraje da calúnia, da maledicência, da ofensa pública e da humilhação.

Esta 'Solenidade de Todos os Santos' vem do século IV. Em Antioquia, celebrava-se uma festa por todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. A celebração foi introduzida em Roma, na mesma data, no século VI, e cem anos após era fixada no dia 13 de maio pelo papa Bonifácio IV, em concomitância com o dia da dedicação do “Panteon” dos deuses romanos a Nossa Senhora e a todos os mártires. No ano de 835, esta celebração foi transferida pelo papa Gregório IV para 1º de novembro.

Cada um de nós é chamado a ser santo. Disse o Concilio Vaticano II que: “Todos os fiéis cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade” (Lg 40). Todos são chamados à santidade: “Deveis ser perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5,48): “Com o fim de conseguir esta perfeição, façam os fiéis uso das forças recebidas (…) cumprindo em tudo a vontade do Pai, se dediquem inteiramente à glória de Deus e ao serviço do próximo. Assim, a santidade do povo de Deus se expandirá em abundantes frutos, como se demonstra luminosamente na história da Igreja pela vida de tantos santos” (LG 40).

O caminho da perfeição passa pela cruz. Não existe santidade sem renúncia e sem combate espiritual (cf. 2Tm 4). O progresso espiritual da oração, mortificação, vida sacramental, meditação, luta contra si mesmo; é isto que nos leva gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças. Disse São Gregório de Nissa (†340) que: “Aquele que vai subindo jamais cessa de ir progredindo de começo em começo por começos que não têm fim. Aquele que sobe jamais cessa de desejar aquilo que já conhece” (Hom. in Cant. 8).

Felipe Aquino

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Dizer não também é amar...

"Limites são necessários para qualquer ser humano..."

Amar não é e nunca será tarefa fácil, exige de nós empenho e decisão. O amor sincero comporta o sofrimento e a doação em favor do outro. Pelo bem do outro, inúmeras vezes, enfrentamos dificuldades que nos causam dor e pesar.

Existem situações nas quais temos de desagradar a quem amamos em virtude de seu próprio bem. Tais decisões são difíceis e doem mais em nós do que naqueles que são objetos de nossa repreensão. Porém, é importante salientar que corresponder sempre e irrefletidamente aos desejos de quem se ama pode se tornar algo negativo, que tende a deformar e não formar. Dentro dessa perspectiva, afirmo que: “Dizer ‘não’ também é uma forma de amar”.

Limites são necessários para qualquer ser humano, pois, por meio deles, alcançamos equilíbrio e maturidade. Pais que não impõem limites aos filhos acabam criando pequenos reis e rainhas e, conseqüentemente, tornando-se seus súditos.

Somente quem já recebeu um “não” na vida consegue compreender a especificidade da palavra humildade. Somente aqueles que não foram correspondidos no que queriam, em algum momento de sua história, sabem compreender que sua vontade não é absoluta e que nem sempre estão certos.

É no “não” e no “sim”, no equilíbrio das possibilidades, que se forma uma pessoa, é assim que o orgulho se ausenta e o ser humano consegue entender que os outros também são bons.

Nem tudo o que queremos é o melhor para nós, porém, nem sempre conseguimos enxergar assim. É aí que descobrimos quem nos ama, pois os que sinceramente se interessam por nós não têm medo de nos dizer a verdade e de nos corrigir quando necessário.

Não é fácil corrigir e dizer 'não'; seria mais fácil e conveniente dizer sempre 'sim' e estar sempre sorrindo, pois quem diz 'não' se expõe e, muitas vezes, atrai sobre si a ira do outro. Quem corrige, mesmo querendo o bem do outro, corre o risco de ser mal interpretado, contudo, demonstra um grande amor e cuidado com o outro.

Só quem nos ama nos diz 'não'. Só quem se interessa por nós tem a sensibilidade de cuidar de nós, através da poda.

Precisamos ter sensibilidade para detectar e aceitar o amor que se manifesta em uma multiplicidade de formas e que nos encontra também naquilo que tanto nos desagrada.

Se enxergarmos assim, sentiremo-nos mais amados e cuidados, evitaremos muitas contrariedades, além de descobrirmos belezas antes não contempladas. Faça essa experiência!

Adirano Zadoná